Mais de 200 jornalistas disseram ter sido atacados, feridos ou detidos ou ainda tiveram equipamentos destruídos enquanto cobriam protestos nos Estados Unidos pela morte de George Floyd.
Entre as multidões, incêndios e pilhagens, os próprios jornalistas viraram notícia quando confrontados pela polícia ou por manifestantes, no exercício da sua missão de informar.
Jason Patinkin, jornalista da VOA, foi um dos apanhados no fogo cruzado entre as partes, tendo sido atingido no ombro por uma bala de um agente.
Ele conta que quando na segunda-feira, 2, nos arredores da Casa Branca, sentiu um estrondo e ligou a câmera, viu um policia a atirar na direção dele, apesar de se ter identificado, mas mesmo assim foi atingido, embora sem consequências porque usava um colete anti-balas.
As autoridades policiais não comentaram nem responderam aos contatos da VOA
Em Long Beach, Califórnia, o repórter de rádio do KPCC Adolfo Guzman-Lopez foi atingido na garganta por uma bala de borracha.
Numa entrevista depois, o presidente da câmara municipal pediu desculpas e o chefe de polícia disse que o caso seria investigado.
A jornalista freelancer Linda Tirado revelou ter recebido tratamento hospitalar após ser atingida por um projétil cabeça, enquanto cobria protestos em Mineápolis, que a levou a perder a visão num dos seus olhos.
“Ficamos horrorizados com o uso continuado de ações duras e às vezes violentas da polícia contra jornalistas que apenas fazem o seu trabalho. Essas são violações diretas da liberdade de imprensa, um valor constitucional fundamental dos Estados Unidos ”, afirmou o diretor de programas do Centro de Proteção de Jornalistas (CPJ), Carlos Martinez de la Serna, em comunicado.
A organização Press Freedom Tracker investiga mais de 200 incidentes que envolvem jornalistas, incluindo 40 que foram detidos ou amarrados e mais de 150 agressões.
A maior parte dos casos envolve agentes policiais que dispararam balas de gás lacrimogéneo e de borracha.