O jornalista angolano António Manuel foi despedido nesta quarta-feira, 10, dos quadros da Rádio Comercial 2000 no Lubango, na província da Huíla.
O despendimento acontece depois que Tony Fancy, como é conhecido, ter apresentado ao Presidente João Lourenço na conferência de imprensa da segunda-feira, 8, o estado degradante da cidade do Lubango, sobretudo a condição das estradas e o salário baixo de 25 mil kwanzas que auferem os trabalhadores da Rádio 2000.
Esta situação terá desagradado a direcção da Rádio 2000, que é a par da Morena em Benguela, Comercial de Cabinda e Lac, em Luanda, propriedades do grupo empresarial GEFI, ligado ao MPLA.
A confirmação do despedimento foi dada a saber esta manhã pelo próprio jornalista à VOA.
«Agora de manhã de forma ainda não escrita, mas oral, acabei de ser despedido e já não posso fazer nenhum programa. Habitualmente trabalho de segunda a sábado mas já não posso ir ao ar. Segundo o director da Rádio eu não posso usar o nome da rádio mesmo como profissional, o que realmente choca. Com o vínculo contratual que eu tenho como colaborador ele diz que não posso usar o nome da rádio”, revelou Tony Fancy.
Ontem, a direcção da Rádio 2000, em comunicado, informou que o jornalista em causa se deslocou a Luanda sem autorização da empresa, pelo que não falou em seu nome na conferência de imprensa, mas o jornalista, com mais de três anos de casa, tem uma versão diferente.
“No princípio eu pedi autorização legal da direcção da empresa no sentido de o fazer e me respondeu por escrito que não havia necessidade, mesmo estando credenciado. Ele minimizou a conferência de imprensa e naturalmente eu liguei e fiz saber a importância que tinha aquela conferência que o Presidente ia dar e depois ele aceitou que eu deveria ir pela rádio e tenho duas testemunhas, e a partir daí fui e fiz o meu trabalho”, explicou Fancy.
No referido comunicado a Rádio 2000 disse ainda que António Manuel é apenas colaborador e por isso, aufere tal salário.
O secretário provincial interino do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, (SJA) na Huíla, Domingos de Sousa, condena a medida drástica da empresa para com o seu filiado e defende o diálogo na busca de uma solução.
«Espanta-nos que esta medida tenha sido tomada desta forma tão drástica. Nós pensamos que poderia ter havido algum diálogo e vamos partir para o diálogo, não vamos dizer que tem razão ou quem não tem, se a Rádio 2000 se ou o colega Tony Fancy, mas vamos partir para o diálogo e depois deste diálogo iremos tomar uma posição em relação a este caso», defende Sousa.
A Rádio 2000 é a par da Morena em Benguela, Comercial de Cabinda e Lac em Luanda propriedades do grupo empresarial GEFI, ligado ao MPLA e surgiram na sequência das primeiras eleições gerais em Angola de 1992.