As autoridades moçambicanas ainda não se pronunciaram sobre denúncias de ameaças e perseguição feitas contra o jornalista Rui Minja, correspondentes do canal privado TV Sucesso, em Pemba, província de Cabo Delgado.
O Instituto de Comunicação da África Austral – Antena de Moçambique (MISA-Moçambique) diz que que ele tem sido alvo de "fortes ameaças" desde 24 de agosto, através de chamadas e mensagens telefónicas e visitas intimidatórias de indivíduos desconhecidos "supostamente" armados à sua residência.
Estas ameaças surgiram depois da publicação de um artigo no qual disse que a Polícia tinha impedido a realização de um piquenique dos apoiantes do candidato Venâncio Mondlane na praia do Wimbe, em Pemba.
"O MISA Moçambique está profundamente chocado com as ameaças que estão a ser proferidas contra o repórter Rui Minja. Para o MISA, estas ameaças constituem uma ameaça ao livre exercício do jornalismo, em Moçambique", lê-se numa nota daquela organização que conta que o repórter viu uma viatura ligeira estacionada em frente ao portão da sua casa, “enviou mensagens de pedido de ajuda aos colegas jornalistas, enquanto contactava a polícia local que, de imediato, se dirigiu ao local”.
Entretanto, os indivíduos fugiram antes de a polícia chegar à casa de Minja, que viu-se obrigado a abandonar a casa e a procurar abrigo em locais seguros.
O MISA-Moçambique continua dizendo que, no dia 28, ao regressar à casa, Minja foi, de novo, contactado por desconhecidos.
"Dessa vez, o homem que ligou para o repórter foi mais claro: tinha a missão de acabar com a vida do jornalista e que o faria custe o que custar", afirma a nota da organização de defesa dos jornalistas que acrescenta que em novos telefonemas disseram que Minja tinha de abandonar "a camisola”, sem especifar o significado dessa mensagem.
Por isso, o MISA "insta as autoridades moçambicanas e, particularmente as de Justiça,a investigarem as ameaças contra o repórter Rui Minja e garantir a responsabilizaçãodos seus autores".
O jornalista bloqueou a sua página no Facebook.
Rui Minja apresentou queixa ao Serviço Nacional de Investigação Criminal, à Polícia da República de Moçambique e à Procuradoria-Geral da República.
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