Jorge Carlos Fonseca é empossado nesta quinta-feira, 20, como Presidente da República de Cabo Verde, dando início ao seu segundo e último mandato.
Os chefes de Estado da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, do Senegal, Macky Sall, do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e da Costa do Marfim, Alassane Outara, marcam presença na cerimónia a ser realizada perto do memorial Amílcar Cabral, na Praia, e com a presença de 1500 convidados.
Os Estados Unidos marcam presença através da secretária de Estado Adjunta para os Assuntos Africanos, Linda Thomas Greenfield, enquanto Portugal está representado pelo antigo Presidente da República, Ramalho Eanes, que será acompanhado do antigo primeiro-ministro e presidente do Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho.
Entre os convidados do exteriores estão também o secretário-executivo da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, Murade Murargy, e o vice-presidente da comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Edward Singhate, bem como os ministros da Defesa do Brasil, Raul Jungman, e dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, Urbino Gonçalves Botelho.
O Presidente
Jorge Carlos Fonseca foi reeleito no passado dia 2 com 74 por cento dos votos num acto marcado por uma abstenção de 64,3 por cento.
Fonseca é o terceiro Presidente da República, eleito por sufrágio directo e universal, depois de António Mascarenhas Monteiro e Pedro Pires, mas é o quarto Chefe de Estado de Cabo Verde.
Antes, de 1975 a 1991, o Presidente foi Arisitides Pereira.
Fonseca nasceu a 20 de Outubro de 1950, em S. Vicente, e militou na clandestinidade pela independência do país desde os 17 anos no Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Depois da independência, foi director-geral da Emigração e Serviços Consulares e secretário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, antes de entrar em ruptura com a direcção do PAIGC, em 1979.
Deixou o país e passou a residir em Lisboa, onde fundou os Círculos Cabo-verdianos para a Democracia e a Liga Cabo-verdiana dos Direitos Humanos, em 1982, enquanto desenvolvia a sua actividade como jurista e professor universitário.
Jorge Carlos Fonseca regressa a Cabo Verde em 1990 e integra o núcleo fundador do Movimento para Democracia (MpD), que viria a ganhar as primeiras eleições democráticas em Janeiro de 1991.
Fonseca foi nomeado então ministro dos Negócios Estrangeiros mas em 1993 entrou em ruptura com o MpD e, com outros dissidentes, fundaria o Partido da Cnvergência Democracia que, anos mais tarde, desapareceria.
Casado e pai de três filhas, é advogado, constitucionalista e mestre em Ciências Jurídicas, pela Faculdade de Direito de Lisboa.
Poeta, ensaísta e cronista, Jorge Carlos Fonseca participou na elaboração da Constituição de Cabo Verde, em 1992, e na qualidade de jurisconsulto e investigador é autor de muitos projectos de diplomas que enformam a ordem jurídica cabo-verdiana.