O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, exigiu nesta quarta-feira, 21, que a Rússia e o Governo da Síria detenham imediatamente os voos sobre zonas de batalha, o que classificou como a última oportunidade de preservar um cessar-fogo vacilante e encontrar um caminho "para fora da carnificina".
John Kerry estava visivelmente inflamado ao interpelar o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York num confronto televisivo anormalmente acalorado.
O chefe da diplomacia americana disse que o bombardeamento de um carros da ONU que levavam ajuda humanitária na Síria despertou "dúvidas profundas sobre a Rússia e o regime de (presidente sírio, Bashar Al-) Assad poderem ou quererem se mostrar à altura" das obrigações do cessar-fogo.
Ouvir Lavrov o fez sentir como se vivesse num "universo paralelo", reiterou Kerry.
No terreno, os rebeldes combateram as forças de Assad em grandes frentes de batalha próximas de Aleppo e Hama e há relatos de que ataques aéreos mataram uma dezena de pessoas, incluindo quatro funcionários médicos.
"Enfatizo isto à Rússia. Os Estados Unidos continuam a acreditar que existe um caminho adiante que, embora pedregoso e difícil e incerto, pode proporcionar a rota mais viável para fora da carnificina", afirmou Kerry.
O secretário de Estado americana reiterou que as explicações da Rússis são absurdas da Rússia.
O Governo americano afirmou que o ataque foi realizado por aviões de guerra russos, enquanto um comunicado do Kremlin refutou a acusação dizendo que os caminhões "pegaram fogo", o que o diplomata norte-americano disse equivaler a atribuir a culpa a uma "combustão espontânea".