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John Kerry: "Dois Estados é o caminho para a paz"


John Kerry, secretário de Estado americano
John Kerry, secretário de Estado americano

“Nenhuma administração americana fez tanto pela segurança de Israel do que a de Barack Obama", defendeu o secretário de Estado.

O secretário de Estado americano John Kerry defendeu nesta quarta-feira, 28, em Washington a posição dos Estados Unidos ao não vetar a resolução das Nações Unidas que, na semana passada, condenou os colonatos israelitas nos territórios palestinianos.

John Kerry disse que a posição americana visa preservar os contornos de uma solução de dois Estados entre Israel e palestinianos.

"Apesar de nossos melhores esforços ao longo dos anos, a solução de dois Estado está agora sob sério risco", disse John Kerry num discurso de mais de uma hora no Departamento de Estado, no qual disse: “Nós não podemos, em sã consciência, não fazer nada, e não dizer nada, quando vemos a esperança de paz desvanecer".

O discurso de Kerry no Departamento de Estado não apenas apresentou sua "visão abrangente" de como o conflito duradouro pode ser resolvido, mas também tentou afastar as críticas da decisão dos Estados Unidos de se absterem na votação de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condenou os assentamentos israelenses.

Durante a semana, líderes israelitas e congressistas democratas e republicanos americanos criticaram o Governo Obama de não conseguir defender Israel, seu aliado de longa data.

Kerry rejeitou essas críticas, garantindo que Israel será sempre um aliado próximo, mas que os colonatos são um grande obstáculo a um futuro acordo de paz.

"Os amigos precisam contar um as outros verdades difíceis e os amigos exigem respeito mútuo", disse Kerry, insistindo que o status quo leva a uma solução de um Estado que "a maioria das pessoas realmente não quer".

Israelitas e palestinianos "podem escolher viver juntos num Estado, ou podem se separar em dois estados, disse Kerry, adiantando que “aqui está a realidade fundamental: se a escolha for um Estado, Israel pode ser judeu ou democrático, mas não pode ser as duas coisas”.

Na óptica de John Kerry, a política de assentamentos impede qualquer processo de paz com os palestinos.

"Qualquer pessoa que pense seriamente na paz pode ignorar a realidade da ameaça que os assentamentos representa para a paz", enfatizou.

John Kerry reiterou que o seu Governo agiu sempre de acordo com os seus valores.

“Nenhuma administração americana fez tanto pela segurança de Israel do que a de Barack Obama. O próprio primeiro-ministro de Israel tem consciência da nossa cooperação militar e serviços de informação”, concluiu o secretário de Estado americano.

Trump pede que Israel se mantenha forte

Donald Trump, Presidente eleito
Donald Trump, Presidente eleito

Antes do discurso do secretário de Estado americano, o Presidente eleito Donald Trump, criticou a administração Obama pela sua postura sobre Israel.

"Não podemos continuar a deixar que Israel seja tratado com total desprezo e desrespeito. Eles costumavam ser grandes amigos dos EUA, mas...", escreveu Trump na sua conta no Twitter.

Mais à frente, Trump acrescentou: “Continue forte, Israel, 20 de Janeiro chega rápido".

Israel suspende temporariamente novos colonatos

Entretanto, em Israel, o primeiro-ministro pediu ao município de Jerusalém que adiasse a aprovação de quase 500 casas em colonatos na zona oriental da cidade, uma medida que ele próprio anunciou na véspera como retaliação pela resolução aprovada dias antes no Conselho de Segurança da ONU.

Benjamin Netanyahu quis evitar o agravamento da tensão com os Estados Unidos, horas antes do discurso de John Kerry, o secretário de Estado norte-americano,

“O primeiro-ministro disse que apesar de apoiar a construção em Jerusalém ocidental, não quer inflamar ainda mais a situação”, acrescentou Hanan Rubin, um dos membros do Comité de Planificação e Construção do município de Jerusalém.

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