O Presidente dos Estados Unidos tenta aumentar o apoio entre os eleitores descontentes, inclusive com o seu Governo, fundamentais para a sua reeleição.
Nesta quarta-feira, 17, Joe Biden encontrou-se com membros de uma organização latina de direitos civis no Estado de Nevada, um dos considerados "Estados pêndalos", que decidem a eleição de 5 de novembro.
Biden também deverá fazer um discurso na conferência anual da UnidosUS em Las Vegas, onde anunciará que a partir de agosto 19 certos cônjuges de cidadãos norte-americanos sem estatuto legal podem começar a solicitar a residência permanente e, eventualmente, a cidadania sem terem de sair do país, de acordo com a Casa Branca.
O novo programa, anunciado por Biden no mês passado, pode beneficiar mais de meio milhão de imigrantes.
Espera-se também que Biden use o discurso para destacar que a taxa de desemprego dos latinos está perto do nível recorde, que mais pessoas dessa comunidade conseguiram ter acesso ao seguro de saúde e que o Governo federal duplicou o número de empréstimos a empresários latinos desde 2020.
A visita aos ativistas latinos ocorre no momento em que os republicanos realizam a sua convenção nacional em Milwaukee, Estado de Winsconsin, e enquanto Biden luta para firmar a sua campanha de reeleição, muito criticada desde o seu fraco desempenho no debate de 27 de junho contra o candidato republicano Donald Trump.
Lutar contra a maré
A campanha está aparentemente complicada depois da tentativa falhada de assassinato de Trump por um atirador de 20 anos, no sábado, 13, na Pensilvânia.
Joe Biden tem o forte apoio dos eleitores afro-americanos e latinos – dois grupos que foram peças-chave da sua coligação vencedora em 2020, mas cujo apoio tem mostrado sinais de desgaste – para o ajudar na reeleição.
Em entrevista à BET News na terça-feira, 16, ele insistiu que ainda tem muito tempo para galvanizar os eleitores.
“Quer sejam jovens negros, jovens brancos, jovens latinos ou jovens asiático-americanos, nunca se concentraram até depois do Dia do Trabalhador”, disse Biden na entrevista, acrescentando que “a ideia de que estão intensamente focados nas eleições neste momento não existe”.
Mas os ventos contrários que Biden vinham enfrentando despois do seu fraco desempenho no debate de 27 de junho aumentaram com legisladores e democratas a pedirem que abandone a campanha.
Os latino-americanos têm agora uma visão menos positiva de Biden do que quando ele assumiu o cargo.
Neste momento, 45 por cento dos adultos latinos têm uma opinião favorável ou ou muito favorável sobre Biden, de acordo com uma sondagem AP-NORC realizada em Junho, quando, em janeiro de 2021, a proporção era de 6 em 10.
Ataque aos republicanos
Na terça-feira, em Las Vegas, na convenção anual da organização de defesa dos direitos dos afro-africanos NAACP, Biden disse que os quatro anos de Trump na Casa Branca foram um “inferno” para os afor-americanos e criticou o seru adversário pela má gestão da pandemia do coronavírus, pelo aumento vertiginoso do desemprego no início da pandemia e pela retórica divisiva que, segundo ele, destruiu desnecessariamente os americanos.
Também ironizou Trump por dizer que os migrantes que entraram nos EUA sob a administração democrata estão a roubar “empregos negros”.
“Eu sei o que é um trabalho negro. É o vice-presidente dos Estados Unidos”, disse Biden sobre a vice-presidente Kamala Harris, que ele disse que “poderia ser Presidente”.
Joe Biden destacou ainda a nomeação da juíza Ketanji Brown Jackson como a primeira mulher negra a servir no Supremo Tribunal e o tempo que foi vice-presidente de Barack Obama, o primeiro Presidente negro do país.
Novos programas
A conferência UnidosUS deu a Biden mais uma oportunidade para contrastar a sua abordagem à imigração com a de Trump.
A proposta republicana da imigração inclui um impulso às deportações em massa e uma retórica que classifica os migrantes como criminosos perigosos que “envenenam o sangue” da América.
Este novo plano da Administração Biden foi anunciado semanas depois de Biden ter revelado uma ampla repressão na fronteira entre os EUA e o México que suspendeu efetivamente os pedidos de asilo para aqueles que chegavam entre portos de entrada oficialmente designados.
Os grupos de defesa dos direitos dos imigrantes levaram a administração Biden á justiça por causa desta diretiva.
Espera-se também que Joe Biden assine uma ordem executiva que estabeleça uma iniciativa da Casa Branca para promover oportunidades nas chamadas Instituições de Serviço Hispânico, um grupo de cerca de 500 instituições de ensino superior em todo o país que têm populações hispânicas proeminentes.
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