O candidato democrata à Presidência americana, Joe Biden, acusou Donald Trump de estar mais preocupado com a sua reeleição do que com as divisões provocadas pelas manifestações violentas no país.
Num discurso proferido nesta terça-feira, 2, em Filadélfia, o antigo vice-Presidente prometeu tentar curar as divisões raciais dos Estados Unidos e repudiou a reação do Presidente aos protestos contra o racismo e a má conduta da polícia.
“O país clama por liderança, liderança que possa nos unir”, afirmou Biden no seu primeiro grande discurso desde que começou a pandemia da Covid-19.
Ao se referir a Trump, ele afirmou que o Presidente "está mais interessado em servir as suas bases de apoio do que as necessidades daqueles de quem deveria cuidar”.
Joe Biden acrescentou que quando manifestantes pacíficos são afastados por ordem do Presidente, a partir da Casa Branca, usando gás lacrimogéneo e granadas de fumo, “para organizar uma operação de comunicação em frente a uma igreja, temos o direito de pensar que o Presidente está mais preocupado com o poder do que com princípios".
O assassinato de George Floyd, no passado dia 25 por um polícia branco em Mineápolis, foi um “despertar” para a nação, que, segundo Biden, precisa forçá-la a encarar a mácula do racismo sistemático.
“Não podemos partir neste momento pensando que podemos virar as costas mais uma vez e não fazer nada”, afirmou o democrata, quem prometeu que “não traficará com o medo ou a divisão”, nem “atiçará as chamas do ódio”.
Em resposta ao discurso de Joe Biden, a assessora sénior da campanha de Donald Trump, Katrina Pierson, acusou o antigo vice-Presidente de fazer “o cálculo político grosseiro de que os tumultos na América são um benefício para sua candidatura”.
Ainda na segunda-feira, Trump classificou a violência registada em alguns dos protestos de “atos de terror”, e ameaçou mobilizar os militares para proteger as cidades norte-americanas.