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João Lourenço faz crítica velada ao Ruanda e M23


João Lourenço na União Africana ( Foto de arquivo)
João Lourenço na União Africana ( Foto de arquivo)

Na sede da UA presidente diz que há um plano de “balcanização” do Congo ou “mesmo tentativa” de derrubar governo de Kinshasa

Poucos dias antes de Luanda ser palco das primeiras negociações diretas entre o governo do Congo Democrático e os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, o Presidente angolano, João Lourenço, fez uma dura crítica áqueles que, segundo disse, estão a tentar fragmentar a República Democrática do Congo.

Falando em Addis Abeba na sua qualidade de presidente da União Africana, João Lourenço, fez uma crítica velada ao Ruanda, que é acusado de apoiar os rebeldes do M23 e manter tropas dentro do território congolês.

O presidente angolano e da União Africana (UA) abordou a questão dos conflitos em África, afirmando que alguns desses conflitos “evoluem num sentido negativo preocupante e condenável, como é o caso do conflito que perdura no leste da República Democrática do Congo".

Sem mencionar nomes o presidente da UA disse haver quem tenha planos para fragmentar a RDC ou mesmo derrubar o governo do Congo.

“Decidimos não cruzar os braços e insistir na busca de soluções pacíficas, não permitindo que se concretize o plano de balcanização em curso, com a criação de um Estado pátria no leste da RDC, ou mesmo a tentativa de reversão pela via militar do poder instituído em Kinshasa", disse o Presidente angolano.

Anteriormente, os rebeldes do M23, depois de capturarem várias cidades no leste do Congo, tinham ameaçado avançar em direção à capital Kinshasa e, segundo algumas notícias, um dos planos do M23 seria criar uma região autónoma nas zonas que ocupa.

A Presidência angolana anunciou, na quarta-feira, que vai acolher no dia 18, em Luanda, "negociações diretas" entre as autoridades congolesas e os rebeldes do M23, no âmbito da mediação de Angola do conflito, a primeira vez que Kinshasa concorda em manter negociações diretas com os rebeldes.

A aceitação seguiu-se a uma visita a Luanda da RDC, Presidente Felix Tshisekedi.

No seu discurso na UA o presidente angolano disse que “os promotores de tensões e conflitos no nosso continente devem ser desencorajados, responsabilizados e penalizados com sanções pesadas da organização, que venham ter sérias consequências sobre os mesmos, pessoas e países".

Para este efeito João Lourenço defendeu o fortalecimento do Conselho de Paz e Segurança da organização para prevenir e resolver conflito.

“Devíamos sentir-nos envergonhados como o facto de instituições externas a África, como a União Europeia ou o Conselho de Segurança das Nações Unidas, serem, às vezes, mais rigorosas, exigentes e contundentes nas suas posições do que nós próprios no tratamento de conflitos que se desenrolam no nosso continente", afirmou.

Para a paz e segurança em África, João Lourenço propôs a realização de uma ampla conferência reservada para analisar os conflitos no continente, "cujo foco principal deverá centrar-se na questão da paz, como um bem obrigatório e indeclinável para todos os povos do nosso continente".

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