O Presidente angolano anunciou a intenção de o país se candidatar à Presidência da União Africana (UA) em 2025 tendo, para o efeito, recebido o apoio do Botswana durante a sua última visita de estado àquele país.
Analistas políticos consideram que as questões internas de países membros não constituem, até ao momento, critério para a escolha da liderança rotativa da UA, pelo que a candidatura do Presidente João Lourenço está praticamente assegurada.
Para o sociólogo e académico João Lukombo, a própria UA é actualmente integrada por estadistas ditadores que violam os direitos humanos e a alteram as constituições dos seus países para se perpectuarem no poder.
“Se os critérios fossem as questões internas a maioria dos presidentes africanos não teria referências abonatórias para a candidatura a UA”, sustenta.
O analista político Rui Candove socorre-se do facto da João Lourenço ter actualmente boas referências pela sua intervenção na resolução dos conflitos regionais para admitir que o presidente angolano é um dos fortes candidatos à presidência da UA.
“Uma coisa são as leituras que são feitas internamente em função da política doméstica e outra coisa completamente diferente é a apreciação dos seus parceiros ao nível de África. O Presidente é campeão da paz em África e portanto é um potencial candidato à presidência da UA”, afirma Candove.
Por seu lado, Francisco Tunga Alberto, investigador e activista cívico diz que que com este anúncio o Presidente está a procura de apoio dos estadistas africanos para sua intenção “de se candidatar a mais um mandato como Presidente de Angola” a exemplo do que está a acontecer com alguns líderes do continente.
“Querendo ou não ele vai passar porque o assunto interno não tem nada a ver com instituições externas”, sustenta Alberto.
Entretato, o embaixador americano em Angola e São Tomé e Príncipe, Tulinabo Mushingi disse na sexta-feira, 21, que os Estados Unidos veem com bons olhos a candidatura de Angola, anunciada no mesmo dia por João Lourenço em Gabarone.
O diplomata americano justificouo apoio com “ a vasta experiência de Angola na gestão dos conflitos e pela garantia de estabilidade na sub-região, em particular nos Grandes Lagos”.
A Presidência rotativa da UA é assumida pelo chefe de Estado das Comores, Azali Assoumani.
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