O Presidente angolano é anfitrião nesta quarta-feira, 6, de uma cimeira em que participam os presidentes da República Democrática do Congo (RDC), Felix Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagame, e que pretende chegar a um acordo entre as partes ante o crescente clima de tensão entre os dois governos.
O Governo de Tshisekedi tem acusado repetidamente o Executivo de Kagame de apoiar a milícia M23, que luta contra Kinshasa perto da fronteira entre os dois países.
Por seu lado, o Ruanda nega apoiar os rebeldes e acusa o exército congolês de disparar contra o seu território e de lutar ao lado das FDLR, um grupo armado dirigido por hutus étnicos que fugiram de Ruanda depois de participar do genocídio de 1994.
Na segunda-feira, o Presidente Paul Kagame disse admitir a exlusão do seu país de uma eventual força africana a ser enviada para o leste da RDC para combater os rebeldes.
"Se alguém vem, de qualquer lugar, excluindo do Ruanda, mas vai fornecer a solução que todos procuramos, por que eu teria um problema?", disse Kagame em jeito de pergunta em entrevista à rádio pública do seu país.
O Governo de Kinshasa apoiou desde a primeira hora a proposta feita em Abril pela União Africana, mas desde que o Ruanda fique de fora.
João Lourenço, como presidente da Conferência da Região dos Grandes Largos, foi encarregue há très meses pela União Africana para mediar a relação entre os dois países.
A 31 de Maio, depois de uma cimeira virtual entre os presidentes dos dois países, Lourenço anunciou que dois soldados ruandeses capturados na RDC seriam libertados.
Apesar de milhões de dólares gastos numa das maiores forças de manutenção da paz das Nações Unidas, mais de 120 grupos rebeldes continuam a operar em grandes áreas do leste da RDC, quase duas décadas após o fim oficial das guerras civis naquele país da África Central.