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Itália assina acordo de gás com Angola na tentativa de pôr fim à dependência da Rússia


Ministro italiano da Transição Ecológica, Roberto Cingolan, e Ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, na assinatura do acordo de cooperação energética . À esq. Ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Luigi Di Maio
Ministro italiano da Transição Ecológica, Roberto Cingolan, e Ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, na assinatura do acordo de cooperação energética . À esq. Ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Luigi Di Maio

Itália fez um acordo com Angola para aumentar o fornecimento de gás, na procura urgente de reduzir a importação do gás russo por causa da guerra da Ucrânia.

Os dois países assinaram, quarta-feira, uma declaração de intenções para desenvolver "novos" empreendimentos de gás natural e para aumentar as exportações para Itália, segundo uma declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Luigi Di Maio.

"Hoje chegámos a outro importante acordo com Angola para aumentar o fornecimento de gás", disse o chefe da diplomacia italiana Luigi Di Maio na declaração.

"O compromisso da Itália em diferenciar as fontes de fornecimento de energia é confirmado", disse Di Maio no final de uma visita de duas horas e meia a Luanda.

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O primeiro-ministro Mario Draghi quer acrescentar Angola e Congo-Brazzaville a uma carteira de fornecedores para substituir a Rússia, que fornece cerca de 45 por cento do gás italiano.

"Não queremos continuar a depender do gás russo, porque a dependência económica não deve tornar-se uma subjugação política", disse ele numa entrevista ao diário Corriere della Sera publicada no domingo.

"A diversificação é possível e pode ser implementada num período de tempo relativamente curto - mais rapidamente do que imaginávamos há apenas um mês", disse ele.

Draghi deveria ele próprio ter ido a Angola para a assinatura, mas depois de testar positivo para o Covid-19 enviou Di Maio e o Ministro da Transição Ecológica Roberto Cingolani em seu lugar.

Cingolani descreveu o acordo como "um acordo importante que dá ímpeto à parceria entre a Itália e Angola nos domínios das energias renováveis, biocombustíveis, GNL (gás natural liquefeito) e formação em tecnologia e ambiente".

Os dois ministros, acompanhados por Claudio Descalzi, chefe executivo do gigante italiano da energia ENI, encontraram-se também com o Presidente João Lourenço. Mais tarde, viajaram para o vizinho Congo-Brazzaville, onde deverão encontrar-se com o Presidente Denis Sassou Nguesso nesta quinta-feira.

"Esta é uma corrida contra o tempo para garantir que armazenamos gás e petróleo para a próxima estação de Inverno", disse Francesco Galietti, chefe da consultoria Policy Sonar, sediada em Roma.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, Tete Antonio, descreveu a assinatura como "muito importante".

Uma declaração semelhante será assinada na República do Congo.

A assinatura da declaração de intenções segue-se à conclusão de acordos com a Argélia e o Egipto nas últimas semanas.

A Argélia é actualmente o segundo maior fornecedor de Itália, fornecendo cerca de 30 por cento do seu consumo.

A Itália também tem estado em conversações com o Azerbaijão sobre a expansão do Gasoduto Trans-Adriático (TAP).

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