Alegações de irregularidades na ajuda às vitimas da seca na província angolana do Cunene levam activistas a pedirem investigações e a fazer apelos para que governantes vejam no terreno o que se passa com essa ajuda.
O bispo do Cunene, Dom Pio Hipunyati, disse recentemente que companhias e indivíduos contratados para empreendimentos de emergência no local demonstraram não ter qualquer experiência, acrescentando haver quem esteja a usufruir de lucros do sofrimento de angolanos
Orlanda Paulo, jurista e advogada disse á VOA, que as denúncias públicas do bispo do Cunene, Dom Pio Hipunyaty, devem ser investigadas para a responsabilização dos presumíveis aproveitadores do sofrimento do povo.
“Há empresas que fazem furos e depois de uma semana esses furos já não jorram água, isso é uma realidade”, afirmou.
O advogado e deputado David Mendes visitou recentemente as zonas afectadas pela seca e mostrou-se chocado com as condições encontradas que dizem não ser próprias para um ser humano.
Mendes afirmou que a população afectada está convencida de que há desvios da ajuda que lhes é enviada.
“A população pediu que a ajuda enviada para lá seja distribuída no momento porque as coisas que são mandadas para lá nunca chegam e são desviadas”, denuciou o parlamentar para quem “é preciso estar lá para se entender o que se passa”.
Para isso defende que os governantes se desloquem ao local para se inteirarem da realidade e deu como exemplo da descoordenação o facto do administradordor dos Gambos, na Huila, ter recebido um orçamento para comprar motorizadas quando ele disse precisar de comida.