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Irão: Narges Mohammadi, Nobel da Paz, vai a tribunal por denunciar agressões sexuais de polícias


Narges Mohammadi, ativista iraniana e Nobel da Paz de 2023
Narges Mohammadi, ativista iraniana e Nobel da Paz de 2023

Família diz que julgamento começa neste domingo depois de uma nota divulgada por ela em abril a denunciar casos de violações sexuais de presas

A Prémio Nobel da Paz de 2023, Narges Mohammadi, enfrenta um novo julgamento no Irão por acusações feitas contra as forças de segurança de agredir sexualmente prisioneiras, disse a família dela neste sábado, 18.

O julgamento, que deve começar neste domingo, tem por base uma mensagem de áudio que ela divulgou em abril a partir da prisão, e que foi compartilhada por apoiantes, na qual ela denunciou uma “guerra em grande escala contra as mulheres” no Irão.

Ela é acusada neste último caso de fazer “propaganda contra o regime”, acrescentou a nota da família de Mohammadi.

Até agora, não houve qualquer comentário das autoridades judiciais iranianas.

A família citou Mohammadi como tendo dito que o julgamento deveria ser realizado em público para que "testemunhas e sobreviventes possam falar sobre as agressões sexuais perpetradas pelo regime da República Islâmica contra as mulheres".

Mohammadi, que está na prisão de Evin, em Teerão, apelou às mulheres iranianas, na sua mensagem de abril através da sua página de Instagram, a que partilhem as suas histórias de detenção e agressão sexual pelas autoridades.

Ela apontou o caso da jornalista e estudante Dina Ghalibaf que, segundo grupos de defesa de direitos humanos, foi presa depois de acusar as forças de segurança nas redes sociais de algemá-la e agredi-la sexualmente durante uma prisão anterior numa estação de metro.

Ghalibaf foi libertada posteriormente.

As autoridades iranianas intensificaram nas últimas semanas a repressão que obriga as mulheres a obedecer ao código de vestimenta islâmico do país, recorrendo nomeadamente à videovigilância.

Mohammadi está encarcerada desde novembro de 2021 e há vários anos não vê o marido e os filhos gémeos que moram em Paris.

As penas contra ela ascendem agora a 12 anos e três meses de prisão, 154 chicotadas, dois anos de exílio e diversas restrições sociais e políticas.

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