Uma nova análise mostra que muitos países concordam que melhorias na agricultura são necessárias para minimizar os efeitos da subida de temperatura em todo o mundo.
Muitos países têm um grande apetite para assistência técnica e financiamento para estratégias de adaptação e mitigação na área de agricultura, revela o estudo da CGIAR, parceria global para a investigação na agricultura.
A análise é divulgada uma semana antes do início da Conferência de Paris sobre o Clima – conhecida como COP21 – cuja meta é alcançar um acordo global nas mudanças climáticas, o que em 20 anos de negociações o mundo não conseguiu concretizar.
“É provavelmente uma das mais importantes, porque vai de facto resultar num acordo para as próximas décadas,” diz Bruce Campbell, director do programa da CGIAR para as mudanças climáticas, agricultura e segurança alimentar.
Tendo em conta que muitas conversações não produziram nenhum acordo, Campbell diz que, em Paris, os países deverão assumir o compromisso de reduzir a emissão de gases do efeito de estufa e colocar fundos suficientes para que a adaptação seja real, porque o mundo está a tornar-se mais quente.
A CGIAR indica que dos 160 países que irão participar no encontro de Paris, 80 por cento incluíram nas suas metas a mitigação dos efeitos das mudanças na agricultura; e 64 por cento consideram que a agricultura é importante para as estratégias de adaptação.
“Os países disseram claramente que a agricultura é prioritária,” diz Campbell.
Contudo, o estudo sublinha que o sector da agricultura continua ausente no principal documento das negociações das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas. Os autores descrevem isso como “uma grande desconexão entre a planificação nacional e elaboração de políticas a nível global”.
Campbell diz que felizmente é consensual que os compromissos nacionais são suficientes para lidar com as questões de mudanças climáticas.