Um grupo de cidadãos guineenses assinala nesta sexta-feira, 2, em Bissau, a data do assassinato do ex-Presidente guineense João Bernardo “Nino” Vieira, assassinato em 2009.
O processo judicial da morte do antigo Chefe de Estado por militares foi arquivado pelo Ministério Público.
Justino Sá, um dos membros do grupo de cidadãos que exigem uma investigação à morte do ex-Presidente, defende a reabertura do processo.
“Um Presidente foi morto, na sua residência, e até agora não se é capaz de descobrir quem o matou e acima de tudo vêm dizer que não têm elementos para dar continuidade ao processo e decidem araquivá-lo? Isso não passa de um país de impunidade, é inconcebível”, sustenta Sá.
Os familiares e amigos de “Nino” Viera querem, também, que a justiça seja feita sobre o assassinato do então Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas, Tagme Na Waie, morto, horas antes.
Por outro lado, o grupo de cidadãos questiona também a passividade da CEDEAO neste processo de investigação judicial e consequente responsabilização dos culpados por parte das autoridades nacionais.
“Ele lutou pela afirmação da CEDEAO. Não é concebível que os países que fazem parte desta organização ficarem indiferentes sobre o que está a passar com o processo da morte de Nino Viera. Há uma necessidade desses países intervierem junto das nossas autoridades para pedir o esclarecimento sobre este processo”, exige Justino Sá.
Uma fonte judicial disse à VOA que a decisão do Ministério Público está ligada ao Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, segundo o qual, todos os processos judiciais que ultrapassem seis meses de investigação devem ser arquivados.