A terceira ronda de negociações entre as delegações da Rússia e da Ucrânia terminou na noite desta segunda-feira, 7, no horário local da Bielorrússia, com “alguns resultados positivos”, citados pelos negociadores de Kyiv, nomeadamente quanto à criação de corredores humanitários.
Os russos disseram que os resultados "não estiveram à altura das expectativas".
"Conseguimos alguns resultados positivos em relação à logística dos corredores humanitários", indicou no Twitter Mykhailo Podoliak, assessor da Presidência ucraniana e membro da delegação, acrescentando que "mudanças serão feitas e uma ajuda mais efectiva será dada às pessoas que sofrem com a agressão da Federação Russa".
Quanto a um eventual cessar-fogo, Podoliak afirmou que “diálogos intensivos continuarão” mas que não foi conseguido "nenhum resultado que possa melhorar a situação".
Por seu lado, o membro da delegação russa Vladimir Medinski avaliou que a terceira sessão, que decorreu em Belovejskaïa Pouchtcha, não foi “à altura das expectativas”.
"Esperamos que da próxima vez possamos alcançar um avanço maior", disse durante uma conferência de imprensa transmitida pela emissora estatal russa Rossia 24.
Corredores humanitários
No capítulo dos corredores humanitários, Pouchtcha adiantou esperar “que a partir de amanhã comecem finalmente a trabalhar”, mas “ainda é muito cedo para falar de algo positivo".
O deputado russo Leonid Sloutski, que integrou da delegação afirmou que “essas negociações serão retomadas em breve", embora tenha sublinha que “não vamos nos iludir e acreditar que no próximo passo chegaremos ao resultado final."
Na anterior ronda de negociações, no dia 3, as duas partes aceitaram abrir "corredores humanitários" para a evacuação de civis das zonas de combate, mas ambas se acusaram mutuamente.
Nesta segunda-feira, Mosoco anunciou a abertura de corredores humanitárias mas apenas com destino à Rússia e Bielorrússia, mas a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereschchuk respondeu dizendo que “esta não é uma opção aceitável”.
O secretário-geral da organização não governamental Conselho de Refugiados da Noruega alertou que “os corredores humanitários só funcionarão se derem passagem segura e acordada para lugares onde os evacuados se sintam seguros e da sua escolha”.
Jan Egeland lembrou “a lição básica da Síria, onde os corredores muitas vezes não eram usados porque levavam a áreas onde ninguém se sentia seguro”.
Mais de 1,7 milhão de ucranianos fugiram do país desde a invasão da Rússia a 24 de Fevereiro.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, que revelou os números, acrescentou que mais de um milhão estão na Polónia.