O Governo de Moçambique ainda não apresentou qualquer posicionamento sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, o que, para o analista em relações internacionais Simão Nhambi se deve ao facto de ser um país dependente da ajuda externa da Rússia e dos membros da NATO.
Em Maputo, o embaixador russo tem-se multiplicado em entrevistas para justificar a decisão de Moscovo.
“Não se espera que Moçambique venha a condenar a invasão da Rússia porque estaria a mexer sensivelmente com um dos seus aliados de longa data e também não esperamos que o país condene ou apoie a posição dos Estados Unidos da América ou dos aliados porque também goza de uma boa relação com esses países”, afirma o especialista em relações internaiconais Simão Nhambi.
Entretanto, a guerra na Ucrânia tem merecido destaque na comunicação social mocambicana, com o embaixador da Rússia em Maputo, Alexander Surikov, a desdobrar-se em entrevistas.
“Não temos nada contra o povo da Ucrânia, não é uma guerra contra a Ucrânia, mas referir que depois da segunda guerra mundial eles nos garantiram que a NATO como um bloco militar pacífico que visa a segurança dos seus membros não iria aproximar-se das fronteirsa da Rússia, nos enganaram”, disse Surikov numa das suas declarações à imprensa.
Entretanto o também professor universitário Simão Nhambi alerta que as sanções económicas impostas pela União Europeia e Estados Unidos contra a Rússia poderão impactar negativamente países como Moçambique.
“Só pelo facto desses países estarem a se preparar para uma ofensiva, ou pelo facto de a Rússia ter já invadido a Ucrânia, já afecta as economias globais, não só de Moçambique, e as sanções irão ter impacto para a Rússia e os países que dependem da ajuda externa da Rússia passarão a ressentir-se dela, bem como da de outros países da Europa que estarão concentrados na logística da guerra”, acrescenta Nhambi, lembrando que "menos recursos serão disponibilizados" aos países em desenvolvimento ou pobres, como Moçambique.
O Governo de Maputo também não se referiu a eventuais cidadãos, entre eles estudantes, que podem estar a residir na Ucrânia, e, em caso afirmativo, se mantém contactos com eles e se tem algum plano para a sua evacuação.