Cinco pessoas foram encontradas mortas, na manhã deste sábado 09, arrastadas pelas águas que transbordam do rio Revúbuè, que separa as cidades de Tete e a vila carbonífera de Moatize.
Mais de 1800 pessoas continuam desalojadas em centros improvisados de acomodação, após verem as suas casas inundadas.
A secretaria permanente de Tete, Lina Portugal, que visitou as vítimas no início da manhã deste sábado, confirmou as mortes, adiantando que os corpos foram encontrados em lugares diferentes e que “trabalhos de buscas ainda estavam em curso”.
Até a tarde de sexta-feira, 8, seis pessoas eram dadas como desaparecidas em consequência das inundações, que atingiram tectos de residências e arrastaram viaturas e eletrodomésticos, nos bairros Azul, Chingozi, Matema e Benga, densamente habitados.
Portugal disse que o governo de Tete iniciou a canalização de meios para apoiar as vítimas.
Total caos
O rio Revúbuè transbordou na madrugada de sexta-feira, 8, cortando a ligação rodoviária entre Moçambique e Malawi. Vários camionistas de longo curso – com destino ao porto da Beira ou interior – ficaram imobilizados nas duas margens.
O rio transbordou em consequência de chuvas fortes a montante e as descargas de 3000 metros cúbicos de água por segundo da barragem da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), inundando casas e estradas.
Milhares de moradores nas cidades de Tete e Vila de Moatize sitiados descrevem a situação de “um total caos”.
Há relatos de várias pessoas que escaparam da fúria das águas em tectos de suas casas.
Também foram vistos crocodilos, que fugiam do rio Zambeze, que faz confluência com Revúbuè, a disputar zonas seguras no bairro de Benga.