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Insurgentes decapitam e torturam em quatro distritos de Cabo Delgado


Sete pessoas foram decapitadas e muitas outras torturadas e depois enviadas às autoridades em distritos a norte de Cabo Delgado, na nova escalada de ataques insurgentes, relataram à VOA esta quarta-feira, 30, várias testemunhas.

Insurgentes decapitam e torturam em quatro distritos de Cabo Delgado
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Quatro distritos costeiros, nomeadamente Palma, Mocímboa da Praia, Quissanga e Macomia, voltaram a ser alvo de “atos bárbaros” de insurgentes, que destruíram aldeias inteiras e mataram os que tinham optado por regressar às suas casas.

Na madrugada desta quarta-feira, 30, um grupo de insurgentes voltou a invadir com “rajadas de metralhadoras” e ocupou a sede do posto administrativo de Mucojo, tendo incendiado as poucas casas e infraestruturas públicas que restaram do último ataque.

“Há uma posição próxima (das forças de defesa e segurança) que foi mobilizada para responder este ataque (que iniciou cerca das 4:00 horas locais)” disse à VOA uma fonte militar, sem detalhes.

Na quinta-feira, 24, o mesmo grupo insurgente atacou o mesmo posto administrativo, tendo incendiado palhotas e decapitado sete moradores, que tinham regressado à aldeia.

Recado para as autoridades

Numa aldeia não distante, em Chai, junto a única estrada asfaltada, que liga o sul e norte de Cabo Delgado, várias pessoas foram torturadas e enviadas para informar as autoridades no sentido de não incentivar o regresso da população a aldeias já evacuadas.

Dias antes o grupo de insurgentes havia assassinado a tiro outras sete pessoas, no distrito de Quissanga, sendo cinco em Bilibiza e duas em Cagembe. As aldeias tinham sido alvo de ataques em Abril.

Ainda na semana finda os insurgentes atacaram a aldeia Nabubussi, em Mocímboa da Praia, uma das poucas áreas que continuava habitada desde a captura e ocupação do estratégico porto, no início de Agosto. O grupo incendiou as residências precárias.

“Depois de terem atacado a ilha Mecungo, os al-shaabab regressaram ao continente e começaram a atacar aquelas aldeias de Mocímboa da Praia, que ainda tinha pessoas” explicou um líder local na condição de anonimato.

“Muitos fugiram para Palma. Há muitos deslocados que foram chegando nas últimas semanas na zona do DUAT (direito de uso e aproveitamento de terra) em Maganja (área de reassentamento dos projetos bilionários de gás)” acrescentou.

Na semana passada, disseram as nossas fontes, houve igualmente um ataque na aldeia Naliandele, no distrito de Palma, que causou a morte de seis pessoas, incluindo dois membros das forças de defesa e segurança.

Na única estrada alternativa de terra batida, que liga os distritos de Mueda e Palma, via Pundanhar, voltaram a se registar emboscadas e ataques contra viaturas, desta vez de carga, tendo morrido o motorista e um passageiro.

Na mesma zona do ataque foram enterradas 24 pessoas, na quarta-feira, 16, que morreram numa emboscada contra duas carrinhas de caixa aberta, no sentido Palma e Mueda.

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