A consultora britânica Euromonitar diz que a insegurança, a criminalidade e o elevado nível de doenças em Moçambique são os principais factores que impedem um crescimento mais rápido do turismo, perdendo por isso, para os vizinhos da região.
Numa análise ao sector da aviação, viagens e turismo em Moçambique, aquela consultora afirma que para além destes factores, o país sofre também de uma forte volatilidade política e militar.
Para Albino Mário, da Associação dos Operadores Turísticos de Moçambique, o país vive uma situação de paz relativa e isso pode não favorecer muito o sector do turismo "porque cria incertezas para o sector de hotelaria e turismo",
Mas para além desta questão da volatilidade militar, a consultora britânica considera que existem também "problemas centrais como as infraestruturas e os serviços subdesenvolvidos, que são uma barreira ao desenvolvimento do mercado".
A Euromonitor refere ainda que, "apesar do enorme potencial turístico de Moçambique, o elevado nível de doenças e a criminalidade fazem com que muitos turistas escolham países concorrentes como a África do Sul, o Zimbabwe, Madagáscar ou a Tanzania".
Entretanto, o economista Luís Magaço é da opinião de que o turismo é a forma mais rápida de alterar o cenário de um país, sublinhando que quando Portugal "entrou em crise, os portugueses pensaram qual era o caminho mais rápido de ir buscar o dinheiro, e viram que era o turismo", e, segundo ele, foi este sector que salvou aquele país.
"Nós é que temos que ter a mesma inteligência de criar este tipo de oportunidade que pode salvar o nosso país, produzindo campanhas que possam mudar a imagem de turistas que estão em países tranquilos, sem conflitos, sem problemas de infraestruturas e doenças imprevisíveis", destacou aquele economista.