O relançamento da indústria na região Sul de Angola juntou recentemente no Lubango homens de negócios da província da Huíla.
A disposição pelo Governo de fundos para, de um lado, recapitalizar o sector e, por outro, dinamizar a produção interna impõe-se, de acordo com os empresários, sob pena de a crise económica se prolongar por muito tempo.
O presidente da Associação Agro-pecuária e Industrial da Huíla (AAPCIL), Paulo Gaspar, questiona o facto de até ao momento as empresas não estarem a sentir da parte do Governo o pagamento da dívida pública que no Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2018 está dedicada em mais de 50 por cento.
“Em vez de estar a pagar a dívida pública que estava catalogada até o ano passado está a criar e a aumentar a dívida pública, provocando um problema ainda maior na classe empresarial que estava descapitalizada e agora está a receber um papel que não tem valor. É fundamental que o Estado perceba e nos diga que não tem dinheiro e que não vai pagar”, pediu Gaspar.
Para o director-geral da Cooperativa dos Criadores de Gado do Sul de Angola, (CCGSA) Luís Gata, o país tem condições para proteger a produção local particularmente no que toca a produção de carne.
“O problema da importação da carne tem estado a ser feita por conveniência das grandes superfícies e prejudicando de forma muito severa a produção nacional”, explicou Gata.
Por seu lado, José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), mostra-se preocupado com a actual carga fiscal que deixa em estado de asfixia a maioria dos empresários, uma situação que cria tensão na classe e que exige mais flexibilidade do executivo.
Para José Severino um dos caminhos para a dinamização da economia da região da Huíla passa pela criação de um banco local.
“Eu acho que a Huíla tem recursos naturais para ser uma província muito competitiva no mercado regional e por isso é preciso que por exemplo os empresários da Huíla tenham o seu banco”, concluiu.