Indira Cabral, filha do fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), manifestou nesta quarta-feira a sua tristeza pelo facto de Bissau ter acolhido duas cerimónias ao 20 de Janeiro, dia em que se assinala o assassinato de Amílcar Cabral.
"O ideal seria uma única cerimónia, de um povo unido. Agora houve dois momentos, com o Presidente da República e com o presidente do partido, é a situação do país", lamentou Indira Cabral
No dia em que se assinalam 43 anos da morte de Cabral, José Mário Vaz depositou, às 10 horas, uma coroa de flores no mausoléu de Amílcar Cabral no forte da Amura, sede do Estado-Maior General das Forças Armadas, em Bissau, sem prestar qualquer declaração.
Uma hora depois, teve lugar outra cerimónia idêntica liderada pelo presidente do PAIGC e vários dirigentes do partido da Independência.
Domingos Simões Pereira diz esperar que "tenhamos em Amílcar Cabral inspiração suficiente para escolher a verdade e a justiça”.
Para Simões Pereira, só desta forma será possível encontrar uma saída para todos os problemas” do país.
Indira Cabral participou nas duas cerimónias, tendo ficado ao lado do Presidente da República e do líder do PAIGC.
Amílcar Cabral foi morto a 20 de Janeiro de 1973 quando regressava à casa em Conacri por elementos da sua guarda pessoal.
Até hoje, investigadores e companheiros de Cabral divergem sobre o autor material do assassinado do líder do PAIGC que, nessa altura, controlava a maior parte da então colónia Guiné Portuguesa.
Oito meses depois a Guiné-Bissau proclamava a sua Independência de Portugal.