Um moçambicano é procurado pela Polícia sul-africana acusado de ter provocado o incendio que matou sete pessoas e feriu mais de dez nesta quarta-feira num antigo edifício do Banco de Moçambique , em Joanesburgo.
Testemunhas disseram à VOA que outro moçambicano apenas conhecido pelo nome de Merquito, do bairro de Inhagoia, na cidade de Maputo, perdeu a vida no incêndio.
O incêndio aconteceu num edifício abandonado de nove andares, localizado na esquina entre as ruas Jeppe e Nugget, na zona de cimento em Joanesburgo. O incidente foi anunciado em voz alta aos mais de quatro mil delegados no encerramento da conferência política do ANC sem pormenores.
Nesta quinta-feira, a VOA em Joanesburgo foi ao local e viu alguns desalojados que vivem ao relento. Mas ninguém sabe ao certo quantas pessoas viviam no prédio. Muitos inquilinos são imigrantes ilegais que vivem do tráfico e consumo de drogas. Quase todos os desalojados vivendo na estrada dizem que o incêndio foi provocado por um imigrante ilegal moçambicano apenas conhecido pelo nome de Paito, ora a monte.
Um imigrante Tanzaniano, que disse ser vizinho de Paito, no segundo andar, afirmou que o jovem imigrante moçambicano estava a extrair cobre a partir de cabos roubados, quando faíscas deflagraram provocando o incêndio.
As pessoas que se encontravam no interior do edifício tentaram saltar pelas janelas, umas usando mantas como escadas de escape e outras em queda livre. Sete morreram no local e mais de dez ficaram feridas. Por questões de segurança, jornalistas foram discretamente aconselhados a não exibirem câmaras de reportagem porque os desalojados são violentos e confessaram que não gostam de câmaras.
Entretanto, um imigrante moçambicano que vive num edifício vizinho disse que tentou socorrer as pessoas que fugiam das chamas, providenciando escada. A policia está de plantão no local, mas algumas pessoas furam o cordão de segurança regressando aos seus apartamentos. O edifício que chegou a ser usado para escritórios da Delegação do Ministério moçambicano do Trabalho foi propriedade do Banco de Moçambique, mas foi vendido há muitos anos.
No entanto, quase todos os desalojados continuam a dizer que o prédio é de Moçambique. Fontes do conselho municipal de Joanesburgo dizem que existem mais de 85 edifícios abandonados e ocupados por marginais. Num outro caso separado um imigrante moçambicano esteve presente nesta quinta-feira no Tribunal de Machadorp, província de Mpumalanga, acusado de 18 casos de homicídio voluntário. Trata-se de um motorista de camião envolvido num acidente com dois mini-autocarros, registado terça-feira, 4 de Julho, no qual 18 pessoas morreram e outras 17 ficaram feridas. As vítimas são trabalhadores que estavam a cominho da mina de Komati.