As opiniões são unânimes em reconhecer o papel das organizações não governamentaisem Moçambique, mas muitos consideram que o seu impacto na sociedade seria maior se as mesmas garantissem a sustentabilidade dos projectos em que se envolvem.
Em Moçambique, existem cerca de cinco mil organizações não governamentais que realizam uma infinidade de actividades nas áreas de saúde, educação, ambiente e agricultura, entre outras, um pouco por todo o país.
O arquitecto Tomás Rondinho já foi consultor de uma organização que desenvolveu um projecto ambiental na província da Zambézia, mas que não teve continuidade.
Para aquele arquitecto, "na componente produtiva, praticamente não houve nada, porque algumas organizações não-governamentais que actuaram no fomento de algumas produções, não deram seguimento aos seus projectos".
O porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Sandí Carmona, afirma que as organizações não governamentais têm desempenhado um papel importante na educação dos moçambicanos, "mas deviam fazer muito mais".
Para o jovem empreendedor, Sérgio Nhampossa, dizer que as organizações não têm nenhum impacto na sociedade moçambicana é tentar minimizar todo um trabalho que está a ser realizado por elas em praticamente todos os sectores de actividade.
"Em muitos casos, elas fizeram as vezes do Estado", assegura Nhampossa.
Algumas pessoas dizem que há casos em que o trabalho das associações entrma em choque com os planos das autoridades governamentais, fazendo com que esse trabalho não tenha qualquer impacto nas comunidades.
Em anonimato, um responsável de uma organização não governamental sueca afirma que, em muitos casos, elas organizam a sociedade, apresentam propostas, pressionam o Governo e até associam-se a ele na execução de determinados projectos.
A mesma fonte considerou que se elas não existissem o atendimento aos portadores do HIV-SIDA entraria em crise e “há muitas histórias de sucesso como estas", sublinhou fonte citada.