Imigrantes africanos em Angola elogiam a hospitalidade dos angolanos mas queixam-se das enormes dificuldades para legalizarem a sua situação no país.
Ante este quadro, um jurista recomenda os imigrantes a recorrerem a advogados sérios quando forem ao Serviço de Migração e Estrangeiros (SME).
O imigrante Bã, de 33 anos e natural da Guiné Equatorial, que tem um pequeno negócio de venda a retalho, reconhece as dificuldades no sistema de educação e saúde do país, mas expressa elogios à forma como os angolanos os receberam.
Ele reconhece, no entanto, que a situação económica em Angola tornou-se mais difícil desde que chegou.
“Quando vim aqui a situação económica era favorável, mas agora já não, (mas) o povo nos recebe bem”, disse lamentando, de seguida, as dificuldades em regularizar a sua situação. “A documentação é que não é fácil”, sublinhou.
Pule Traore, cidadão burquinense de 35 anos, pai de dois filhos e também comerciante, expressou a sua frustração ante as dificuldades para obter o estatuto de imigrante em Angola.
“O documento é complicado”, disse, afirmando, no entanto, que “vir aqui é bom, melhor aqui do que França, onde é muito complicado”.
O jurista Joaquim Jaime aconselha os imigrantes a solicitarem o estatuto de residente em Angola junto dos serviços competentes, mas sempre acompanhados de um advogado íntegro para evitar possíveis fraudes. “Sem advogado, facilmente caem em corrupção”, conclui Jaime.
A Voz da América tentou, sem sucesso, contactar o director-geral do SME.
Em recente entrevista ao Jornal de Angola, João António da Costa Dias informou que em 2022 foram repatriados 23.759 estrangeiros e no passado 28.549 cidadãos de diversas nacionalidades.
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