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Igreja Católica angolana denuncia falta de ética, corrupção e má gestão do erário público


Igreja crucifixo Cristo
Igreja crucifixo Cristo

Ceast faz dura radiografia do país.

A Igreja Católica angolana diz que a falta de ética, a má gestão do erário público e a corrupção generalizada estão na origem da crise económica e financeira em Angola, e não apenas o petróleo, como tem dito o Governo.

A Nota Pastoral, divulgada nesta quanrta-feira, 9, no no final da primeira assembleia ordinária da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (Ceast), que decorreu desde o dia 2 em Ndalatando, província do Cuanza Norte, faz uma radiografia da situação actual do país.

Os responsáveis católicos lamentam “o agravamento preocupante da pobreza das populações e a paralisação paulatina dos agentes económicos”, devido às dificuldades na renovação de mercadorias por falta de poder aquisitivo”, bem como a “falta de critérios no uso dos fundos públicos, gastos exorbitantes, importação de coisas supérfluas, que não aproveitam as populações”.

"Aumenta assustadoramente o fosso entre os cada vez mais pobres e os poucos que se apoderam das riquezas nacionais, muitas vezes adquiridas de forma desonesta e fraudulenta", acusa a Ceast que é peremptória ao afirmar que a crise actual em Angola deve-se também à "mentalidade de compadrio ao nepotismo, em acúmulo à discriminação derivada da partidarização crescente da função pública, que sacrifica competência e o mérito".

A partidarização dos meios de comunicação social foi também criticada na Nota Pastoral para a qual, "de direito devem estar ao serviço de todos".

Ao fazer uma radiografia do país, os bispos católicos citam o aumento do índice da mortalidade de crianças e adultos, devido ao paludismo, diarreia e febre amarela, a falta de água, a acumulação do lixo, desvio de medicamentos para farmácias ou unidade de saúde privadas, enquanto muitos hospitais têm falta de medicamentos e nem conseguem alimentar os doentes.

A seca no sul de Angola não passou ao lado da Conferência que apela à mobilização de todos para ajudar os que sofrem e exige uma definição de “políticas concretas que ponham fim a estes males crónicos”.

Os bispos classificam de "grave a prevalência de espetáculos de conteúdo moral, científico e cultural, duvidoso penalizando a cultura das populações angolanas".

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