A lotação excessiva dos centros que acolhem as pessoas deixadas na miséria pelo ciclone Eloise, no fim-de-semana, cria as condições perfeitas para o COVID-19 se espalhar, disse à Reuters uma gestora da ActionAid – Moçambique.
Só na cidade portuária da Beira, 8.700 pessoas vivem em 16 abrigos temporários depois de terem visto as suas casas foram destruídas pelo ciclone.
“Cada barraca que vi tinha pelo menos 10 pessoas apertadas, e as famílias não têm acesso a água potável e itens essenciais como sabonete e máscaras”, disse Marcia Penicela, após uma visita aos locais.
Penicela disse que a ActionAid está preocupada que o COVID-19 se espalhasse rapidamente nos centros superlotados e que as necessidades urgentes incluíssem uma variedade de itens básicos, desde comida e água até abrigo.
Igualmente citado pela Reuters, Espinola Caribe, chefe do sub-escritório do Programa Mundial da Alimentação na cidade da Beira, disse que o COVID-19 era uma preocupação, mas as pessoas tinham que ser retiradas do perigo.
"Esta não foi uma evacuação planeada ... era uma corrida para salvar vidas", disse Caribe.
O PMA , segundo a Reuters, vai começar a ajudar o governo a fornecer alimentos para os centros de acomodação.
O ciclone Eloise, que atingiu a costa de Moçambique na madrugada de sábado, se tornou uma tempestade tropical ao se mover para o interior do Zimbabwe, África do Sul, eSwtatini e Botswana.
O número de mortos em toda a região aumentou para 14, nesta terça-feira, 26, depois de ter sido reportada mais uma fatalidade na África do Sul.
Cerca de 93.418 pessoas foram deslocadas em quatro províncias afetadas, em 2019, pelo ciclone Idai, que matou mais de 1.000 pessoas em Moçambique, Zimbabwe e Malawi.