Angola poderá atravessar “momentos difíceis” caso os partidos da oposiçao angolanos iniciem manifestações na sequência das eleições oficialmente ganhas pelo MPLA.
O analista político Agostinho Sicato reagia à notícia de que os partidos da oposição UNITA, CASA-CE, PRS, FNLA e Bloco Democrático criaram um grupo de trabalho “que deverá entrar imediatamente em acção para estudar o quadro e as condições para a organização e convocação de manifestações como expressão do sentimento de repulsa dos cidadãos eleitores”.
No comunicado, eles “manifestam a sua inquietação pelo facto de estar em curso um programa de investidura do Presidente e vice-Presidente da República, com datas marcadas e instituições publicamente envolvidas, sem a definitiva validação dos resltados eleitorais pelo Tribunal Constitucional, o que evidencia uma subornidação ods órgãos judiciais ao partido/Estado".
O grupo criado deve apresentar um relatório num período de 48 horas, “que merecerá discussão com as organizações da sociedade civil” e esclarecem que “essas manifestações, com carácter estritamente pacífico e ordeiro em cordenação com os órgãos de ordem pública, enquadram-se no espírito da ordem constitucional, da lei e do interesse público”.
Sicato afirmou que caso haja manifestações “a resposta será agressiva”.
“As forças da ordem poderão actuar fortemente contra os manifestantes”, acrescentou aquele analista político, e sublinhou que “o que nao se sabe é a resposta da população logo a seguir”.
“Hoje já há um sentimento colectivo das pessoas poderem participar nas manifestações”, disse Sicati para quem “os resultados de Luanda e outras províncias (das eleições) indicam claramente que os cidadãos estão agastados com o Executivo”.
Em caso de confrontos com a polícia “isso poderá ser grave pelo envolvimento de outras instituições”, conclui Agostinho Sicato.
O gabinete do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas informou anteriormente que as forças armadas tinham sido colocadas em “grau de Prontidão Combativa Elevada" até ao próximo dia 20.
Tem-se registado uma forte presença de forças de segurança nas ruas da capital