O jornalista angolano Albino Capitango, da Rádio Mais do Grupo Media Nova, na cidade do Lubango, província da Huila, vai a julgamento nesta quarta-feira, 13, no Tribunal de Comarca do Lubango, num processo em que é acusado pelos crimes de difamação, calúnia e abuso de liberdade de imprensa.
O acusador é Pedro José Matroquela, agente do Serviço de Investigação Criminal (SIC), que diz ter-se sentido lesado numa reportagem emitida em 2017 por aquela estação de rádio, em que o visado foi denunciado por cidadãos do bairro do Kuawa, arredores do Lubango, de corrupção por alegada soltura de marginais a troco de 20 mil kwanzas.
A directora da Rádio Mais Huíla, Gisela Silva, garante que na altura tinham sido cumpridas as normas do exercício da profissão e espera pela absolvição do jornalista.
“Cada cidadão está no seu direito de interpor a acção que julgar necessária sentindo-se lesado. Acreditamos nós que cumprimos com tudo que regula o exercício da nossa actividade e esperamos é nosso anseio que a justiça olhe para este pormenor e olhe de forma cega para situação”, reforça Silva.
Contactado mas sem gravar entrevista, o jornalista Albino Capitango diz estar tranquilo.
O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) na Huíla acompanha o caso e considera tratar-se de um atentado à liberdade de imprens, o processo instaurado contra Albino Capitango.
“Abordou um assunto que por sinal tem ali a fonte identificada, tem a fonte a assumir tudo, o que disse na entrevista e hoje não sei por que razão, talvez a justiça saberá dizer porquê, vir ser acusado dos crimes de difamação e calúnia como também o abuso da liberdade de imprensa que a nosso ver não tem nada destas coisas", afirma João Katombela, vogal do SJA na Huíla, para quem "na verdade é um assunto que preocupa-nos a todos e podemos começar a olhar para isto como um atentado à liberdade de imprensa”.
A VOA sabe que o Grupo Media Nova fez deslocar ao Lubango um advogado que acompanha o processo.
Esta é a primeira vez no Lubango que um jornalista responde em tribunal.