Os humoristas são-tomenses do antigo programa televisivo “Anda Pligú” foram acusados nesta quarta-feira, 23, pela Polícia Judiciária (PJ) de serem os lideres da manifestação do passado dia 16 de Outubro contra a Igreja Universal do Reino de Deus.
Abel e Pindó, como são conhecidos nas redes sociais, foram constituídos arguidos, depois de quatro horas de interrogatório na PJ num processo instruído pelo Ministério Público.
Depois da Televisão São-tomense ter decidido pelo cancelamento do programa “Anda Pligú, os dois humoristas passaram a usar as redes sociais para exibir as suas sátiras sobre o dia a dia da sociedade são-tomense.
Com um telemóvel e um microfone, Abel e Pindó colocam nas redes sociais os principais acontecimentos da vida socioeconómica e política do país.
O caso do pastor são-tomense da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) Ludumilo Veloso, detido na Costa do Marfim, mereceu destaque nas intervensões da dupla do “Anda Pligú” e, por isso são acusados pela PJ como tendo liderado a revolta popular que resultou na morte de um adolescente e a destruição dos edifícios daquela denominação.
O advogado dos humoristas, Adelino Pereira, diz que esta acusação não tem qualquer fundamento.
“Isto não faz qualquer sentido, isto é apenas uma forma de silenciar as pessoas que estão a incomodar o poder”, acrescenta Adelino Pereira.
Depois de terem sido constituídos arguidos, após o interrogatório na PJ, Abel e Pindó foram postos em liberdade perante centenas de pessoas os aguardavam em frente a sede da polícia judiciária.
A VOA apurou que a advogada da família do pastor, alegadamente por ter denegrido a imagem da denominação brasileira, poderá ser a próxima a ser convocada pela PJ.
Celiza de Deus Lima responsabiliza o Governo pelos incidentes por nada ter feito para travar a fúria dos manifestantes.
Um forte dispositivo de forças de intervenção rápida foi montado hoje junto da sede da PJ, enquanto decorria o interrogatório dos humoristas Abel e Pindó.