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Huíla: Trabalhadores de recolha do lixo sem salários há 24 meses


Lixo por recolher
Lixo por recolher

Governo justifica falta de pagamento com crise económica

Dezenas de trabalhadores de duas empresas de saneamento na Huíla dizem que não são pagos há quase dois meses de salários em atraso.

Tratam-se das empresas Huíla Ricycling e Zomlion, que debaixo de enormes dificuldades tentam resistir à crise que já extinguiu outras duas com as quais dividiam o mercado do lixo.

Trabalhadores de recolha de leixo da Huila sem salarios ha 24 meses - 2:00
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Trabalhadores da Zomlion disseram estar sem salários há quase dois anos e descreveram as dificudlades por que passam as famílias.

«A nossa vida tem sido um caso muito difícil, não é fácil uma mãe ficar 20 meses sem salário. Sai do serviço sem nenhum tostão, chega à casa e encontra a crianças a chorar. Só pela graça de Deus é que estamos a sobreviver», conta Luís Simões

Avelina Chicumbo é outra funcionária que vive as agruras de vários meses sem salários e fala de uma situação difícil para a família.

«É mesmo a desenrascar. Como entro as 6 horas em ponto largo às 8 e desaa hora em diante faço alguma coisa para os meus filhos comerem. É mesmo a desenrascar. Temos filhos nas escolas não conseguimos pagar, não conseguimos fazer nada mesmo», lamentou.

A VOA tentou sem sucesso ouvir responsáveis de uma destas empresas que se recusam a dar cara perante a situação.

Os trabalhadores garantem que a chefia atribui a falta de salário ao incumprimento do Governo em honrar contratos com as referidas empresas.

«Fomos até ao Governo provincial em conjunto a resposta que nos deram é a de que o Executivo central em Luanda ainda não enviou nenhuma verba desde 2014, 2015 e 2016”, disse um dos trabalhadores.

O administrador municipal do Lubango, Francisco Barros, admite as dificuldades de pagamento às empresas, mas diz que a situação não decorre da má-fé do Governo, mas sim do momento conturbado da economia.

Francisco Barros não garante os pagamentos para já mas fala na busca de soluções para o problema.

«Nós não ficaremos de braços cruzados perante esta situação. Temos que encontrar soluções, o apoio incondicional do Governo da província em particular o senhor governador que também tem estado preocupado com o assunto», concluiu.

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