Links de Acesso

Huíla não julgou casos de corrupção em 2022, apesar de existência de duas centenas de processos


Membros da UNITA absolvidos, Tribunal da Huila
Membros da UNITA absolvidos, Tribunal da Huila

O procurador titular da república na Huíla, Gabriel Custódio, desdramatiza a situação e garante que os mesmos seguem os trâmites normais

Nenhum caso de corrupção a envolver antigos ou actuais gestores públicos conheceu julgamento no primeiro trimestre de 2022, na província angolana da Huíla.

A VOA sabe, no entanto, que mais de duas centenas de processos de crimes de natureza económica estão sob investigação no Serviço de Investigação Criminal (SIC) e alguns já em fase de acusação pelo Ministério Público, que aguardam apenas por julgamento.

Procurador na Huíla diz que luta contra a corrupção continua - 2:07
please wait

No media source currently available

0:00 0:02:07 0:00

Perante o aparente afrouxamento no andamento de processos, o procurador titular da república na Huíla, Gabriel Custódio, desdramatiza e garante que os mesmos seguem os trâmites normais.

“Reafirmar aqui o compromisso da Procuradoria-Geral da República não só no combate à corrupção, mas ao combate de todos os crimes e então fica aqui o nosso compromisso e comprometimento com a causa que serve exactamente para a garantia do interesse público”, reiterou Custódio.

Ante este cenário, o analista político Oliveira Miguel considera haver uma enorme diferença entre o número de processos-crime que se diz estar em fase adiantada judicial e os casos práticos levados a julgamento.

“Do ponto de vista da mediatização existe essa informação, mas do ponto de vista da concretização da justiça mais no sentido de que quantos devolveram os activos quantos foram necessariamente julgados e quais os benefícios que o Estado acabou por alcançar não se tem essa informação, significa que há uma espécie de bandeira da luta contra a corrupção que passou a reduzir”, aponta Miguel.

Por seu lado, o advogado Quito Fernandes fala também em abrandamento no andamento dos processos, mas lembra que o combate à corrupção exige algum investimento que ao não acontecer tem impacto na celeridade processual.

“Para se combater a corrupção há necessidade de investimento acérrimo sobre as condições técnicas, recursos humanos capacitados para o efeito. Temos que fazer muito mais do que ficarmos pura simplesmente no discurso do combate à corrupção”, sustenta.

O antigo director-geral do Instituto Superior Politécnico da Arimba (ISPH), Manuel Sahando Neto, condenado em Dezembro de 2021 a cinco anos de prisão, é o último caso de justiça conhecido na Huíla.

XS
SM
MD
LG