A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) denunciou atos de discriminação contra cidadãos de vários países africanos na China e pediu a Pequim que ponha término a essa prática, que tem sido referida desde o início da pandemia da Covid-19,
Em nota divulgada nesta terça-feira, 5, a HRW lembrou que “as autoridades também devem proteger africanos e pessoas de ascendência africana em toda a China contra discriminação no emprego, moradia e noutros domínios"
Um dos membros da organização na China, Yaqiu Wang, citado na mesma nota, revelou que "as autoridades chinesas reivindicam 'tolerância zero' à discriminação, mas o que estão a fazer com os africanos em Cantão é apenas um exemplo".
"Pequim deve investigar imediatamente e responsabilizar todos os funcionários e outros responsáveis pelo tratamento discriminatório", acrescentou a mesma fonte.
A organização de defesa dos direitos humanos relatou que as autoridades “visitaram casas de residentes africanos, testando-os no local ou instruindo-os a fazer um teste num hospital”, enquanto outros cidadãos foram obrigados a ficarem confinados em casa “com câmaras de vigilância ou alarmes instalados fora dos seus apartamentos".
Recorde-se que em março, embaixadores de vários países africanos denunciaram práticas de discrminação contra seus cidadãos e alegadas quarentenas forçadas para africanos, apesar de testarem negativo à Covid-19, ameaças de anulação do visto de residência e deportação pelas autoridades chinesas.
Os diplomatas pediram ao Governo chinês medidas contra essas práticas, mas o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, respondeu que Pequim tratava todos os estrangeiros da mesma forma.