A organização não governamental de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) considera que o anúncio hoje, 11, da saída do poder do Presidente angolano em 2018 deve ser recebido com muita cautela e que pode indiciar um período de transição há muito esperado.
“A saída do Presidente é uma oportunidade para que se implementem reformas e se melhorem muitos aspectos na área dos direitos humanos, corrupção e gestão do aparelho do Estado”, afirma a especialista em temas sobre Angola da HRW, Zenaida Machado.
Em conversa com a VOA, ela esclarece que “é preciso que se tenha muita cautela para que este anúncio não nos distraia do que é efetivamente a nossa tarefa: Lutar para que os direitos fundamentais dos cidadãos angolanos sejam respeitados, independentemente de quem esteja no poder”.
A confirmar-se este desejo do Presidente de sair da actividade politica, Machado diz que “isso significará que nos próximos tempos, Angola vai entrar num período de transição há muito aguardado e é preciso garantir que as emoções características desta fase de transição e sucessão politica não contribuam para o deterioramento da actual situação dos direitos políticos e civis”.
A especialista da HRW alerta ainda que essa fase de transição não pode distrair “o Governo angolano da sua tarefa de garantir que os direitos fundamentais dos cidadãos angolanos sejam garantidos”.
José Eduardo dos Santos anunciou a sua intenção de sair da vida pública em 2018 ao intervir na abertura da 11a. reunião do Comité Central do MPLA.