A direcção do Hospital Provincial de Pemba (HPP), a principal unidade hospitalar de Cabo Delgado, decidiu proibir a entrada nas suas instalações de pessoas usando burka.
A medida surge na sequência do roubo recente de uma recém-nascida por uma cidadã que se introduziu na enfermaria da maternidade envergando aquele traje feminino muçulmano para não ser reconhecida.
Em conversa com a Voz da América hoje, 18, o director do Hospital Provincial de Pemba Felisberto Mendes confirmou que, há duas semanas, uma mulher de 25 anos de idade usando burka introduziu-se na maternidade daquela unidade hospitalar e roubou um bebé do sexo feminino de apenas 24 horas de vida, depois de ter dito à mãe que fosse tomar banho que ela cuidaria da bebé.
Dado o alerta, em menos de 24 horas, a polícia deteve a mulher em Cariacó, quando preparava-se para se deslocar à cidade de Nacala, província de Nampula.
A autora do rapto confessou que agiu daquela forma para conseguir ser mãe porque o único filho que teve faleceu ainda criança.
A mulher, cuja identidade não foi revelada, disse que mesmo que a Polícia não tivesse ido buscar a bebé, tinha decidido devolvê-la porque o marido não gostou da ideia.
O director do hospital provincial de Pemba Felisberto Mendes justificou a medida como sendo causa do efeito e disse que foi muito bem aceite pela população.
"O efeito maior é o roubo de uma bebé que foi condenado por toda a população", justificou Mendes.