Os principais serviços do Hospital Municipal do Quela, na província do Malanje, estão paralisados há uma semana.
Trinta e cinco funcionários contratados, entre enfermeiros, técnicos de laboratórios, pessoal administrativo e auxiliares de limpeza decidiram suspender toda actividade até a entidade patronal pagar os 10 meses de salários em atraso.
O problema ultrapassa as competências das direcções provincial, municipais, hospitais, centros e postos de saúde de Malanje que contrataram desde 2016 mais de mil funcionários para satisfazer as necessidades de quadros a todos os níveis.
O director provincial da Saúde, Avantino Hélder Sebastião, garantiu que a situação é preocupante, mas lembrou que as unidades têm orçamento próprio para equacionar a questão salarial.
“Temos por volta de 30 a 40 por cento funcionários em regime de contrato, é uma situação de lamentar, é justa a reclamação porque estão a reivindicar os seus salários”, disse Sebastião, justificando: “nós tomamos conhecimento disso e das informações que temos as administrações municipais, tanto os hospitais municipais e os hospitais de referência, provincial e regionais são unidades orçamentadas e eles têm um orçamento próprio que devem gerir da melhor forma possível”.
Sebastião afirmou que parte dos salários foram enviadas por via administrativa, mas o Tesouro tem dificuldades em disponibilizar dinheiro para a liquidação das dívidas.
“Os funcionários públicos e da função pública não estão nesta situação, masúnica e exclusivamente os funcionários em regime de contrato, o Ministério da Saúde e os órgãos superiores têm conhecimento da situação que está-se a viver, está-se a fazer todos os possíveis para prontamente inverter o quadro e resolver a situação”, justificou.
Em Caculama, 41 funcionários do Hospital Municipal despedidos em Setembro por reclamarem salários em atraso de mais de um ano aguardam pela solução do caso depois de ouvidos pelo administrador municipal, Serviço de Investigação Criminal e Procuradoria- Geral da República.
No Hospital Provincial Materno Infantil de Malanje, o único canalizador Jeremias Gabriel Kungungu está há 18 mesessem salários.
“O salário não sai há 18 meses, disseram que neste mês iam pagar seis meses”, lamentou.
Naquela unidade de referência os funcionários emregime de contrato reuniram-se na segunda-feira, 18, com o director-geral e admitiram a possibilidade de iniciar uma greve se não forem pagos os cinco meses de salários em atraso.