Estudo da Save the Children e Unicef, em parceria com Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, revela que há uma fraca participação dos homens no registos de nascimento, e o país não tem dados de mais de metade de crianças.
Apenas 48% de crianças da faixa 0-5 anos estão registradas em Moçambique, diz o estudo.
O pesquisador Álvaro Bié explica que a fraca participação e o desleixo da população masculina neste processo estão na origem do facto.
"O papel do homem ainda é decisivo nas questões do registo de nascimento; nalgumas comunidades como as de Gaza, onde a migração é massiva, notamos que a ausência dos pais, por motivos de trabalho nas minas, impede que as mulheres façam o registo," diz Bié.
Algumas práticas culturais também contribuem para o registo tardio das crianças.
"Por exemplo, práticas que dizem que a criança ao nascer tem que permanecer sete dias no meio familiar, e só depois disto é que é dado o nome, então este tipo de práticas também dificulta que o registo seja feito logo à nascença", afirma Bié.
Segundo o estudo, o registo das crianças acontece quando os pais sentem a necessidade de aquisição de documentos ou para efeitos de matrícula.
Para melhorar a situação, está em curso um projecto de mobilização social para o fortalecimento dos serviços de registo de nascimento em Moçambique, que espera abranger 1,4 milhões de habitantes.
O gestor do projecto de registo electrónico, Pedro Maungue, disse que vai durar três anos e tem um orçamento de 1,4 milhões de dólares americanos.