A procura por alimentos continua a ser o dia-a-dia de muitas famílias no município dos Gambos, no sul da província angolana da Huíla.
A seca que se tem abatido sobre a região está a desestruturar famílias que vêm alguns dos seus membros partir à procura de melhores condições de sobrevivência noutras paragens da província e do país.
Para minorar a situação, será concluído em breve um centro de nutrição para atender os casos mais graves.
O secretário provincial da UNITA na Huíla, Alcibíades Kopumi, que visitou recentemente o município, disse ter ficado desolado com o que viu perante a ausência de serviços sociais básicos para a população.
“Quando não há água potável para o consumo das pessoas, não há água suficiente para o gado, que é a principal riqueza daquele povo, estão criadas as condições para que o povo sofra”, disse.
Perante a crise de alimentos e de água, o transporte de inertes, como a areia, está a servir de alternativa a algumas famílias que, desta forma, atenuam a crise.
O conhecido padre dos Gambos, Jacinto Pio Wakussanga, descreve um cenário difícil que perdura e tende a prolongar-se nos próximos tempos.
“Nós teremos ainda muita gente à procura de alimentos principalmente as mulheres porque os homens foram à procura de emprego noutras paragens”, denunciou o padre.
A situação de seca nos Gambos já levou algumas organizações da sociedade civil a lançar uma campanha de plantação de árvores, com vista à criação de uma cortina de vento e o consequente combate à desertificação.