A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) prepara o seu próximo congresso extraordinário, aprazado para Junho, na província do Huambo, debaixo de apelos para que o Tribunal Constitucional trave a realização do evento, com a oposição ao presidente do partido, Lucas Ngonda, a falar em manobras que violam os estatutos.
A província de Benguela, já com 22 delegados eleitos, emite sinais de reunificação, ao contrário do que se verifica em outros pontos do país, mas nem tudo é favorável ao único deputado do partido dos ‘’irmãos’’ à Assembleia Nacional.
Mexidas nos estatutos e redução dos 421 membros do Comité Central, por supostas dificuldades financeiras, estão na agenda de um congresso que chega com o partido fundado por Holden Roberto fragilizado, à espera dos efeitos de alguns sinais de mudança.
“Aqui em Benguela já não existe outra FNLA. É única, como mostra a avalanche de membros e militantes vindos de outros municípios. Isso (divisão) vai acabar também em outras províncias, essa situação tem prejudicado muito o nosso partido, temos de reconhecer’’, salienta Tussamba Manuel, secretário na província de Benguela.
Aquele responsável fecha a porta a outras candidaturas à liderança do partido, mas só no congresso ordinário, em 2019.
“O militante é livre em candidatar-se, não seremos nós a limitar. Até eu posso avançar, caberá a cada um, já tivemos candidatos, no congresso de 2015, por exemplo’’, assegura Manuel.
Quem não acredita é Alberto Mavinga, histórico da FNLA, que lança um apelo aos opositores, indicando o caminho para a não realização do congresso.
“Analisando bem, este congresso só tem dois objectivos, expulsar os últimos contestatários e alterar o estatuto a seu favor, mantendo a FNLA como está, em situação de letargia. Por isso, apelo a todos, de Luanda e das demais províncias, que avancemos para o Tribunal Constitucional com uma providência cautelar para se evitar um congresso que não nos vai ajudar’’, refere Mavinga,antigo secretário-geral daquele partido histórico.
O congresso da Frente Nacional de Libertação de Angola, partido que tem apenas um deputado contra os seis do pleito de 2008, decorrerá entre 25 e 28 do próximo mês.