“O meu percurso começou em 1996, com um grupo de americanos do Corpo da Paz que veio fazer um estudo sobre as tartarugas marinhas em São Tomé e Príncipe”, diz Hipólito Lima.
Desde essa altura, Lima não parou mais. Passam exactamente 24 anos que é visto, de mochila às costas, a percorrer as praias em defesa e proteção das tartarugas. O esforço resultou, neste ano, na conquista do Prémio Príncipe William para a Preservação Ambiental em África.
“Estou muito satisfeito pelo fruto do trabalho árduo que tenho tido ao longo desses anos,” diz o popular guardião de tartarugas e seus ninhos.
Ele conta que, no caminho iniciado com os americanos da organização Corpo da Paz, abundam obstáculos. No seu país, a carne e a carcaça das tartarugas ainda garantem a sobrevivência de muitos. Com isso, não tem sido fácil a sensibilização para a preservação e conservação da espécie.
"Ainda há muito a fazer"
“O meu pai também era predador. Já tive situações em que eu fui ameaçado de morte por "Tartarugueiros", mas hoje as pessoas já entendem melhor a minha luta pela proteção da espécie”, disse.
Apesar de considerar que a Lei de proteção e preservação das tartarugas aprovada em 2014 veio ajudar a melhorar a situação, Lima disse que “ainda há muito a fazer, sobretudo no que toca à mudança de comportamento”.
Na sequência da conquista do prémio “Príncipe William”, Lima conversou, por videoconferência, com a figura da família real do Reino Unido.
“Eu disse-lhe que este prémio vai ajudar a reforçar a sensibilização em São Tomé e Príncipe e em África em geral. Também convidei a visitar o meu país para saborear os pratos típicos; foi um momento de grande satisfação para ambos”, disse o guardião São-tomense das tartarugas marinhas.