A polícia confrontou-se, no último sábado, com cerca de 20 jovens que se manifestavam contra as demolições nos arredores de Luanda.
Os jovens exigiam o fim de demolições nos bairros de Walale, Santa Paciência, Cajueiro, Cidade Pacífica, todas no Zango, que as autoridades consideram terem sido ocupados ilegalmente.
Em resulltado da agressão policial, alguns jovens ficaram com hematomas.
Os oficiais envolvidos estão ligados ao Posto Comando Unificado, tutelado pelo Tenente-general Simão Carlitos Wala.
Os Jovens que se manifestaram este sábado junto à administração de Viana gritavam “parem com as demolições”, “Zé Du fora!” e “queremos justiça”.
André Dembo Oliveira foi um dos organizadores do protesto.
“Exigimos o caso do Rufino, que até agora o caso está assim e o Wala continua em liberdade” disse.
Oliveira disse que estão previstas outras manifestações para os próximos dias, mesmo que se registem detenções, perseguições ou tortura.
Ele recordou que o direito à habitação está consagrado na constituição.
“Só vamos parar até que o governo resolva o problema dos cidadãos no zango. O cidadão tem direito ao bem-estar” disse.
No decurso das demolições que se registam há cerca de dois meses, já se registou uma vitima mortal.
Rufino António de 14 anos de idade foi atingido mortalmente pela polícia durante uma operação do género.
O Estado-Maior General das Forças Armadas prometeu investigar o incidente.
Os populares, numa solicitação dirigida ao Presidente da República e Comandante em Chefe, José Eduardo dos Santos, pediram a exoneração do comandante Simão Carlitos Wala.
Até ao momento desconhece-se qualquer reação por parte da Presidência da República.
O Tenente-general Simão Carlitos Wala, faz parte da família presidencial por ser casado com uma sobrinha do presidente, José Eduardo dos Santos.