A vice-Presidente dos EUA, Kamala Harris, manteve um breve encontro com o Presidente chinês, Xi Jinping, neste sábado, 19, à margem da cimeira da organização de Cooperação Económica da Ásia-Pacífico (APEC), em Banguecoque, Tailândia.
Uma fonte da Casa Branca não identificada disse que Harris, na conversa, reiterou a ênfase da mensagem do Presidente Joe Biden no encontro do passado dia 14 com o Presidente Xi: “devemos manter linhas de comunicação abertas para administrar com responsabilidade a competição entre nossos países”.
A mensagem, entretanto, pode ir em sentido contrário à visita que ela fará à ilha filipina de Palawan, na terça-feira, 22, que Pequim pode ver como como uma repreensão.
O arquipélago de Palawan no Mar da China Meridional, a apenas 330 km a leste das Ilhas Spratly, é reivindicada inteiramente pela China e em parte por Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietname.
Harris será a mais alta autoridade a visitar Palawan.
Ameaça da China e compromisso dos EUA
Enquanto muitos na região temem uma invasão de Taiwan, a militarização chinesa é sentida de forma mais aguda nas águas disputadas do Mar da China Meridional.
Desde 2013, a China envolveu-se na dragagem sem precedentes e construção de ilhas artificiais naquelas águas, de acordo com a Iniciativa Transparência Marítima da Asia.
Cerca de um terço do comércio marítimo global passa pelas águas estratégicas do Mar da China Meridional todos os anos.
A vice-Presidente vai falar com os habitantes da comunidade pesqueira em Palawan e enfatizará “o compromisso dos Estados Unidos em manter a liberdade de navegação”, acrescentou um alto funcionário da Casa Branca à VOA durante um encontro com repórteres na sexta-feira, 18.
A mesma fonte acrescentou que Kamala Harris também destacará “as consequências da pesca ilegal não regulamentada e não declarada”, um grande problema para os países da região que responsabilizam a China por tal prática.
Em Maio, os EUA lançaram uma iniciativa marítima destinada a monitorar as águas territoriais, chamada Parceria Indo-Pacífica para Consciencialização do Domínio Marítimo, durante a cimeira de Tóquio entre o Presidente Joe Biden e seus homólogos do Japão, Índia e Austrália, o grupo conhecido como Quad, visto como um contraponto à China.
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