A vice-presidente dos EUA prometeu uma nova era de parceria entre os EUA e a África, num encontro com 8 mil jovens ganenses que se reuniram sob o forte sol do meio-dia para ouvi-la falar em Accra.
Kamala Harris, a primeira vice-presidente negra dos Estados Unidos, subiu ao palco sob o arco do portão Black Star, um monumento à beira-mar em homenagem à independência de Gana em 1957 do domínio colonial britânico.
“Estamos todos dentro porque há laços de longa data entre nosso povo”, disse Harris, reforçando que “temos uma história entrelaçada, algumas das quais são dolorosas e outras orgulhosas, mas de todas devemos reconhecer, ensinar e nunca esquecer”.
Nesta terça-feira, 28, ela visita o Cape Coast Castle, lugar de onde os africanos escravizados eram amontoados em navios insalubres que se dirigiam para a longa e perigosa jornada marítima para as Américas.
A visita a três países africanos - Gana, Tanzânia e Zâmbia - está virada para o futuro e, na segunda-feira, ela prometeu 139 milhões de dólares em assistência dos EUA à África Ocidental, a maior parte para a prevenção de conflitos na região do Sahel, onde extremistas islâmicos expandiram a sua presença.
“Estou mais optimista do que nunca sobre o futuro e o futuro do continente africano e, por extensão, do mundo, não só pelo trabalho que realizamos no Governo, mas também pelos investimentos no sector privado ”, disse a vice-presidente, quem conclui estar mais otimista “sobre o futuro do mundo por causa de você, a mulher que vai quebrar todos os tectos de vidro.”
Uma jovem que se identificou como estudante disse à VOA após o discurso: “Achei ela optima, mas pensei que ia falar de questões sobre LGBTQ.
Kamala Harris é maior autoridade americana a visitar o continente este ano e ela desviou
críticas de que os EUA veem os países africanos através das lentes de sua própria competição com a China, que construiu enormes projectos de infraestrutura e emprestou bilhões de dólares no que muitos veem como uma luta por influência e acesso.
“O Presidente e eu conversamos exactamente sobre este assunto, mas a conversa não foi sobre a China tanto quanto sobre a relação directa duradoura e importante que os Estados Unidos têm com Gana e com as nações africanas", disse ela, que concluiu: “Vou-lhe dizer que somos muito claros - e falarei por mim e em nome do da Administração Biden-Harris - que a relação entre os Estados Unidos e este continente e os líderes africanos é importante, há uma base histórica para o relacionamento, sem falar que olhamos para frente, como todos os governos deveriam, e reconhecemos as oportunidades ainda não alcançadas que existem daqui para frente”.
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