O Hamas e dois outros grupos militantes palestinianos afirmaram no sábado, 21, que um acordo de cessar-fogo em Gaza com Israel está “mais próximo do que nunca”, desde que Israel não imponha novas condições.
“A possibilidade de chegar a um acordo (para um cessar-fogo e uma troca de prisioneiros) está mais próxima do que nunca, desde que o inimigo deixe de impor novas condições”, afirmaram o Hamas, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina numa rara declaração conjunta emitida após conversações no Cairo, na sexta-feira.
Na semana passada, tiveram lugar em Doha negociações indirectas entre Israel e o Hamas, mediadas pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, reacendendo a esperança de um acordo.
Um dirigente do Hamas disse à AFP no sábado que as conversações tinham feito “progressos significativos e importantes” nos últimos dias.
“A maior parte dos pontos relacionados com o cessar-fogo e a troca de prisioneiros foram acordados”, disse o dirigente, sob condição de anonimato, uma vez que não estava autorizado a falar publicamente sobre o assunto.
“Alguns pontos ainda não resolvidos permanecem, mas não prejudicam o processo. O acordo poderá ser concluído antes do final deste ano, desde que não seja perturbado pelas novas condições do (primeiro-ministro israelita Benjamin) Netanyahu.”
Anteriores possibilidades de acordos de cessar-fogo entre as duas partes acabaram por falhar. Apesar das numerosas rondas de conversações indirectas, Israel e o Hamas só chegaram a acordo sobre uma trégua, que durou uma semana no final de 2023.
Desde então, as negociações têm enfrentado múltiplos desafios, sendo o principal ponto de discórdia o estabelecimento de um cessar-fogo duradouro.
Netanyahu tem afirmado repetidamente que não pretende retirar as tropas israelitas do Corredor de Filadélfia, uma faixa de terra desimpedida e controlada por Israel ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.
Outra questão por resolver é a governação da Gaza pós-guerra.
Esta continua a ser uma questão altamente controversa, inclusive no seio da liderança palestiniana. Israel tem afirmado repetidamente que não permitirá que o Hamas volte a governar o território.
A guerra em Gaza já causou mais de 45.000 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, dirigido pelo Hamas.
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