Os atrasos nos pagamentos dos salários dos funcionários públicos pode constituir motivos de agitação em Angola, caso passarem a ser regulares devido à crise financeira e económica no país.
A advertência é dos especialistasda da unidade económica da revista britânica The Economist, que lembram, no entanto, não serem raros os atrasos no pagamento de salários.
No entanto, os especialistas da Economist Intelligence Unit (EIU) advertem os investidores que o MPLA pode, se a sua hegemonia for ameaçada, “aumentar a repressão, as detenções preventivas de activistas e a imposição de pesadas sentenças a críticos mediáticos”, como aconteceu com os 17 activistas condenados a penas de prisão que vão de dois anos e oito anos e seis meses.
Na base do “alerta”, a EIU admite o aumento de protestos devido à crise financeira e económica decorrente da redução do preço do crude no mercado internacional que, por sua vez, obrigou a cortes significativos no Orçamento Geral do Estado e, em especial, nos sectores sociais.
Por isso, diz ainda a revista, a economia angolana deverá crescer apenas 1,1 por cento e não 3,3 por cento como dizem o Governo e organizações internacionais.
Aqueles especialistas consideram ainda que o Programa de Financiamento Ampliado em discussão com o Fundo Monetário Internacional deverá priorizar o reequilíbrio da economia e ter "um forte foco nas reformas estruturais".
“Restauração dos desequilíbrios macroeconómicos, a construção de reservas financeiras, a redução do défice orçamental não petrolífero e a redução da diferença entre a taxa de câmbio oficial e a paralela", devem ser, para a EIU, as prioridades do programa.