Angola tem um défice de professores no ensino geral que pode tirar da escola quase um milhão de alunos já no próximo ano lectivo, daqui a três meses.
Descartada a admissão de quadros na função pública, devido ao aperto financeiro do momento, a Confederação dos Sindicatos da Educação vem a terreiro alertar que o sector precisa de 50 mil novos professores.
O sector da Educação em Angola reformou centenas de professores nos últimos tempos, daí que precise de quadros para fazer face a várias lacunas.
Mas esta não é a única razão avançada pelo presidente da Confederação dos Sindicatos da Educação e Cultura, José Joaquim Laurindo, que aponta os próximos dias como decisivos para a admissão de docentes.
"Precisamos de um número superior a 50 mil professores. Vamos precisar já nos próximos momentos, uma vez que, para não falar de milhares e milhares, podemos ter cerca de um milhão de crianças sem estudar", alerta o sindicalista.
Estas declarações foram proferidas na semana em que o Fundo Monetário Internacional reafirmou a sua posição em relação ao rigor na função pública.
Max Allier, representante do FMI em Angola, fala de um Produto Interno Bruto muito curto para a folha salarial em vigor.
"Estamos a dizer e o Governo também admite, que a economia é muito curta para os salários que se praticam. Não defendemos baixa de salários, mas sim que as coisas se mantenham. Não pode haver mais admissão", sugere Allier.