O secretário-geral da ONU diz acompanhar a situação na Guiné-Bissau com preocupação e pede a todos que “esperem a decisão do Supremo Tribunal de Justiça” em relação à segunda volta da eleição presidencial de 29 de Dezembro.
A preocupação de António Guterres surge quando o primeiro-ministro demitido Aristides Gomes pede aos funcionários públicos que não compareçam nesta quata-feira, 4, ao trabalho, ao contrário do pedido feito por Nuno Gomes Nabiam, Chefe de Governo empossado pelo autoproclamado Presidente, Úmaro Sissoco Embaló.
Na nota, Guterres “incentiva todas as partes interessadas a aguardar a decisão do Supremo Tribunal de Justiça, a exercerem o máximo de contenção e a tomarem todas as medidas necessárias para impedir qualquer ato que possa prejudicar a paz e a estabilidade na Guiné-Bissau”.
Ele reitera ainda “o compromisso das Nações Unidas de continuar a acompanhar os guineenses nos seus esforços para consolidar a paz, a democracia e o desenvolvimento”.
O comunicado do secretário-geral da ONU surge quando o primeiro-ministro empossado pelo autodeclarado Presidente, Úmaro Sissoco Embaló, Nuno Gomes Nabian pediu aos funcionários públicos que regressem aos seus postos de trabalho, retomando assim o normal funcionamento da Administração Pública.
Entretanto, o Governo do primeiro-ministro afastado, Aristides Gomes, que diz ser o único legítimo, apelou no final de ontem que “que todos os funcionários públicos se mantenham em casa até à normalização da situação e oportunamente comunicará a data de retoma dos trabalhos".
Em nota assinada pelo ministro da Presidência e do Conselho de Ministros, o Governo denuncia “as sucessivas invasões por militares, fortemente armados, às instituições e residências dos titulares de órgãos de soberania e dos membros do Governo, seguidas de retiradas compulsivas dos respetivos corpos de seguranças desses últimos, colocam o país numa situação de paralisia, não oferecendo condições para a retoma do funcionamento laboral da Admnistração Pública”.
O Executivo, na nota, ainda lamenta os “constrangimentos decorrentes desta situação e garante continuar a encetar todas as diligências, internas e externas adequadas para assegurara a retoma da normalidade do funcionamento das instituições públicas”.
Em Bissau, as instituições estão abertas, com funcionários, mas a afluência do público é muito reduzida.