O secretário-geral das Nações Unidas pediu a “retirada antes cedo que tarde" do decreto do Presidente americano que suspende a entrada no país de cidadãos de sete países de maioria muçulmana.
Em declarações a jornalistas em Nova Iorque nesta quarta-feira, 1, António Guterres considerou que a medida não combate o terrorismo.
O antigo primeiro-ministro português afirmou que se uma organização terrorista vai tentar atacar qualquer país, como os Estados Unidos, “provavelmente não virá com pessoas com passaportes de países que já são zonas de conflito”, mas, sim, “com passaportes dos países mais desenvolvidos do mundo ou podem utilizar as pessoas que já estão dentro do país e que podem estar aí há décadas".
"Por isso estamos a advogar com determinação a capacidade para adoptar medidas muito firmes em relação à gestão das fronteiras, mas ao mesmo tempo que não sejam baseadas em nenhuma discriminação vinculada com nacionalidade, religião ou etnia", adiantou Guterres que ontem, através do seu porta-voz, afirmou que “as medidas cegas, não baseadas em inteligência sólida, tendem a ser ineficazes, pois correm o risco de serem contornadas pelos actuais movimentos terroristas globais",
Na segunda-feira, em Addis Abeba, António Guterres já tinha manifestado a sua esperança de que as medidas tomadas pelo Presidente americano sejam de carácter temporário e lembrou que os Estados Unidos têm uma longa tradição na protecção de refugiados.