O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que a erosão dos direitos humanos no mundo constitui uma ameaça para a paz e segurança e coloca restrições ao direito ao desenvolvimento.
A afirmação de Guterres foi proferida na reunião Conselho dos Direitos Humanos da organização, nesta segunda-feira, 25, em Genebra..
O secretário-geral sublinhou que a agenda dos direitos humanos está a perder apoio em muitas partes do mundo, com consequências negativas para a justiça social e capacidade das populações de melhorarem as suas vidas.
Entre as tendências referiu estarem o que definiu como a redução do espaço cívico em todas as regiões do mundo e em todos os quadrantes da internet.
“Os activistas e os jornalistas são objecto de vigilância, de campanhas de desinformação, bem como de ameaças de violência. Tecnologia de dados e reconhecimento facial são utilizados para vigilância e interferência indevidas com a liberdade de expressão, causando um efeito aterrador e diminuindo o espaço para o diálogo”, alertou Guterres.
O líder da ONU referiu estar alarmado com o aumento do antissemitismo e o ódio antimuçulmano.
"O discurso de ódio é uma ameaça para os valores democráticos, a estabilidade social e a paz", disse Guterres, alertando para os ataques verbais violentos que estão a infectar as democracias liberais e os sistemas autoritários.
“Alguns partidos políticos e dirigentes estão a copiar ideias marginais na sua própria propaganda e nas campanhas eleitorais. Os partidos que eram considerados párias ganham influência sobre os governos e com cada norma violada, os pilares da humanidade são enfraquecidos”, denunciou Guterres.
Nas próximas quatro semanas os 47 membros do Conselho dos Direitos Humanos da ONU vão explorar muitos dos temas abordados pelo secretário-geral da ONU.
O encontro vai analisar a situação dos direitos humanos na Síria, Birmânia, Sudão do Sul, Irão e Coreia do Norte.